CPMI: Correia defende investigação de reunião golpista de bolsonaristas no Senado

Rogério Correia: "Eu chamo da reunião de planejamento, agitação e propaganda do golpe” - Foto: Agência Senado

O deputado Rogério Correia (PT-MG) defendeu, na sessão desta quinta-feira (22) da CPMI do Golpe, que a comissão de inquérito investigue também uma audiência pública realizada no Senado Federal em 30 de novembro de 2022, na qual bolsonaristas se reuniram para atacar o processo eleitoral no Brasil e até mesmo defender o cancelamento da eleição presidencial.

Correia destacou que foi nessa reunião que George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues, hoje condenados pela tentativa de explodir um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília, se conheceram.

“O próprio George diz que combinou na reunião que houve aqui no Senado essas ações com o próprio Alan. Ele disse que se conheceram aqui, neste mesmo plenário. Isso é muito grave”, ressaltou o deputado, após mostrar vídeo que relembra a tentativa de explosão (clique aqui para assistir ao vídeo exibido). 

“Isso dá a importância de uma investigação nossa sobre a reunião que aconteceu aqui. Desde o dia em que eles tiveram nessa reunião, que eu chamo da reunião de planejamento, agitação e propaganda do golpe”, completou o deputado.

Audiência golpista

A reunião preparatória do golpe foi uma audiência pública proposta pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE) para “discutir o pleito no Brasil de 2022”. Mas “discutir” é um termo muito suave para o que de fato ocorreu.

Leia mais: Confira aqui uma matéria completa sobre a reunião de 30 de novembro

No encontro, os presentes, em sua totalidade apoiadores de Jair Bolsonaro, se recusaram a aceitar o resultado das urnas e classificaram a eleição com adjetivos como “fraudada”, “injusta”, “discriminada”, “suspeita”, “parcial”, “maculada”, “não transparente”, “duvidosa”, “de mentirinha”.

Além disso, diversas fake news usadas para manter os apoiadores de Jair Bolsonaro mobilizados contra o resultado das urnas foram repetidas, seja por blogueiros de extrema direita, seja por ex-membros do governo anterior.

O efeito foi imediato. No mesmo dia da audiência, atos golpistas, cada vez mais violentos, passaram a ser realizados em Brasília, incluindo os ataques terroristas de 12 de dezembro e a tentativa da explosão do caminhão, da qual também participou Wellington Macedo, ex-assessor do Ministério da Mulher durante a gestão de Damares Alves, que atualmente se encontra foragido (leia aqui sobre as relações de Damares Alves com golpistas).

Folha de S. Paulo publicou nesta quinta-feira a informação de que a entrada de George Washington no Congresso Nacional, no dia da audiência, foi autorizada pelo gabinete do senador Zequinha Marinho (POD-PA).

Na sessão desta quinta-feira, a CPMI do Golpe convocou como testemunhas tanto George Washington quanto três policiais civis do Distrito Federal que participaram das investigações sobre a bomba no aeroporto: os peritos criminais Renato Martins Carrijo e Valdir Pires Dantas Filho e o delegado Leonardo de Castro Cardoso, diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor).

Do  PT Nacional

 

 

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