Parlamentares da Bancada do PT na Câmara, por meio de mensagens no Twitter, denunciaram a conduta criminosa do ex-juiz Sérgio Moro (atual ministro da Justiça) à frente da força-tarefa da Lava Jato. As denúncias dos deputados foram feitas a propósito de reportagem publicada hoje (18) pela Folha de S. Paulo, em parceria com o The Intercept Brasil, que revela participação direta de Moro nas delações de executivos da empreiteira Camargo Corrêa, o que é flagrantemente ilegal, já que juízes devem se manter distantes das negociações entre procuradores e delatores.
Segundo o líder Paulo Pimenta (PT-RS), as novas denúncias confirmam que “Sérgio Moro não se importa com nenhuma lei, muito menos com a Lei de Organizações Criminosas que o Congresso Nacional aprovou em 2013, porque para ele a sua OPINIÃO é a lei.” O líder petista observou que “como chefe de fato da #LavaJato era óbvio que Moro interferisse em tudo, inclusive nas delações.”
As interferências feitas por Sérgio Moro nos acordos de delações premiadas firmados pela operação Lava Jato “só não são mais escandalosas que a omissão do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público”, denunciou Enio Verri (PT-PR).
Para Paulo Teixeira (PT-SP), é tudo “maracutaia”, pois “Sérgio Moro deixou o papel de juiz que aprova ou não acordo de delação premiada para ser um juiz que participa da negociação do acordo de delação premiada e depois aprova o que ele mesmo negociou”.
Criminoso solto
Rogério Correia (PT-MG) usou a rede social para questionar “até quando um criminoso será Ministro da Justiça? E até quando Dallagnol andará solto por aí com passaporte nas mãos? ”.
Na opinião de Alexandre Padilha (PT-SP), surgiram “mais um diálogo, mais uma prova de postura irregular como magistrado”. O deputado Odair Cunha (PT-MG) sublinhou: “Mais uma evidência de que Moro não respeitava limites e se comportava como líder da operação”, apontou
Tornozeleiras
De acordo com a reportagem, o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa, mandou mensagem ao colega Carlos Fernando Santos Lima, sugerindo que consultassem Moro sobre as penas a serem propostas aos delatores. Dois dias depois os acordos foram firmados e os executivos da empreiteira Camargo Corrêa, Dalton Avancini e Eduardo Leite, sairiam da cadeia com tornozeleiras e ficariam mais um ano em prisão domiciliar.
“Dallagnol é um funcionário muito dedicado ao atual ministro da Justiça, Sérgio Moro” ironizou Joseildo Ramos (PT-BA).
Os deputados petistas Rubens Otoni (GO), Margarida Salomão (MG), José Guimarães (CE), Carlos Veras (PE), Reginaldo Lopes (MG), Henrique Fontana (RS), Helder Salomão (ES), Benedita da Silva (RJ), Paulão (AL) e João Daniel (SE) escreveram que com as revelações fica claro que Moro era o chefe da Operação Lava Jato, manipulando e interferindo nas delações premiadas, cometendo, assim, mais um crime. “Mais uma prova de que estamos vivendo um Estado de exceção. Nossa democracia foi rompida”, lamentou Rubens.
Já Bohn Gass (PT-RS) disse que diante de tantos escândalos revelados do que acontecia nos bastidores da Lava Jato, “a operação está carecendo de um novo nome, qual você considera o mais adequado? Quadrilha Jato, Máfia Jato, Conluio Jato ou Partido Jato?”, ironizou ao postar a pergunta aos seus seguidores no microblog.
Lorena Vale