Comissão da Verdade vai impedir manipulação da história, afirma Kokay

erika_kokay_2A história do Brasil não é argila, que pode ser moldada pelas mãos daqueles que desejam manipulá-la. Essa é uma das afirmações da deputada Erika Kokay (PT-DF) em discurso proferido nesta sexta-feira (23) na Câmara , em resposta aos críticos da instalação da Comissão Nacional da Verdade , que vai investigar violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988. O projeto de lei (PL 7376/10, do Executivo) que cria a Comissão foi aprovado no plenário da Câmara na última quarta-feira.

Segundo a parlamentar, os crimes cometidos nos períodos de ditadura (no caso, de 1964 a 1985) precisam ser contados até como forma de evitar que ocorram novamente. “Nós vamos abrir os registros para que o País possa conhecer a sua própria história, para que ela não se repita ou venha de forma sorrateira sob as mãos e dedos em riste, muitas vezes coloridos pelo verde- oliva, se impor contra a própria democracia e contra a própria liberdade”, defendeu Kokay.

De acordo com a parlamentar, o Brasil tem dificuldade de se autoanalisar de forma crítica, impedindo a nação de fazer “os lutos e fechar os ciclos de sua história”. Esse costume nacional , segundo Erika, existe desde a época da escravidão: O Brasil saiu desse período como se não tivesse passado por ele.

“Nesta semana, ao aprovarmos a Comissão da Verdade, demos voz aos familiares dos desaparecidos que buscam os corpos dos seus filhos, dos seus irmãos, dos seus parentes e também aqueles que buscam os ‘corpos’ de uma história que se tentou esconder”, afirmou.

A deputada Erika Kokay encerrou o discurso enaltecendo a coragem do governo brasileiro em propor essa discussão e elogiou os mais de 300 artistas e intelectuais brasileiros que assinaram um manifesto pedindo a aprovação da Comissão Nacional da Verdade na Câmara.

Héber Carvalho

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também