No Brasil, a cada 23 minutos, um jovem negro morre vítima de algum tipo de violência. O dado é da iniciativa “Vidas Negras”, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Consciente da situação, a Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) promove nesta quinta-feira (5), audiência pública para discutir o racismo e o direito às cidades. Os debates acontecerão a partir das 9h, no plenário 16 da Câmara dos Deputados.
A mobilidade urbana para negros e brancos se dá de formas diferentes nas cidades. As marcas raciais nos municípios se perpetuam no preconceito, nos índices de escolaridade, na infraestrutura, no direito de ir e vir e em tantas outras garantias. A iniciativa para a discussão partiu da deputada federal Margarida Lula Salomão (PT-MG), presidenta da Comissão, e do deputado federal Angelim (PT-AC), que subscreveu o requerimento para a audiência.
A audiência contará com as presenças de Joice Berth, arquiteta e urbanista; Livia Santana Vaz, promotora de justiça da Bahia; Martvs Chagas, Secretário Nacional de Combate ao Racismo do PT; Heloiza Helena da Costa, representante do movimento “Dona Vilma Fica”; e Priscila da Silva, representante da Convergência Negra.
Segundo o diagnóstico dos homicídios no Brasil, do Ministério da Justiça, realizado em 2015, as mulheres negras têm duas vezes mais chances de serem assassinadas do que as brancas. Recentemente a CDU também promoveu audiência pública para debater o direito das mulheres à cidade e, entre os temas, estava a mobilidade urbana das mulheres negras no Brasil.
Para a arquiteta e urbanista Joice Berth, que também participou desta última audiência, o preconceito se perpetua nas cidades porque não é discutido. “Se você não fala no problema, é como se ele não existisse”, afirmou. Segundo Joice, é necessário debater e entender as dinâmicas que levam ao tema. O racismo é evidente nas estruturas sociais problemáticas do espaço urbano e precisa ser analisado.
Assessoria de Imprensa CDU