Cassação do ficha suja Deltan Dallagnol fortalece a democracia, afirmam petistas

Deltan Dallagnol (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados | Reprodução/Twitter)

Deputado Rogério Correia. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Parlamentares da Bancada do PT usaram a tribuna da Câmara nesta quarta-feira (17) para comentar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que na noite de ontem cassou, por unanimidade o mandato do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR). “Trago uma notícia que eu julgo fundamental para a democracia no Brasil. Deltan Dallagnol foi cassado por ser ficha suja”, anunciou o deputado Rogério Correia (PT-MG).

“Nós já havíamos denunciado diversas vezes que esse deputado tentou, mais uma vez, infringir a lei, o que ele já fez inúmeras vezes como promotor de Justiça. Agora ele foi cassado porque era ficha suja”, reiterou. Rogério Correia explicou que Dallagnol seria cassado no Ministério Público e, antes que isso acontecesse, ele pediu demissão para não ser cassado. “Tentou assim enganar a Justiça e foi candidato a deputado federal pelo Paraná. Foi eleito sabendo que não podia ser candidato, alguém que diz que defendia a justiça neste Brasil e que pertencia a uma instituição de Justiça”.

Rogério Correia também criticou aqueles que ainda defendem Dallagnol. “Um deles é o ex-juiz Sergio Moro, que usou o Twitter para lamentar e chorar pelo seu colega com o qual ele fazia parceria entre juiz e promotor para culpar adversários políticos lá no Paraná, como fizeram com o presidente Lula. Agora, Sergio Moro, que é ex-juiz, não sabe da Lei da Ficha Limpa, que ele tanto enaltecia e de que ele tanto falava bem? Logo ele, que era o justiceiro, junto com Deltan Dallagnol? Deltan está cassado, mas isso foi apenas o começo, e Moro sabe disso”, frisou.

O deputado petista afirmou ainda que a primeira justiça já foi feita: “Deltan Dallagnol já não é mais deputado. Ficha suja que ele era, não podia ser candidato. Agora vai cair o restante da máscara dessa Lava Jato, que tão mal fez ao Brasil. Foram desmoralizados inclusive pela Vaza Jato, que revelou que Moro e Dallagnol combinavam sentenças para punir seus adversários. A principal delas foi a prisão do presidente Lula, que, depois, no Supremo Tribunal Federal, foi revogada, pela injustiça cometida na Lava Jato”.

Na avaliação do deputado Rogério Correia, a Lava Jato atualmente é simplesmente um deboche. “A Lava Jato hoje virou sinônimo de power point mal feito de Dallagnol. Aliás, eu vi um Power Point com Dallagnol no centro e nas setinhas: ‘cassado, cassado, cassado’. É o que merece aquele que desdizia da política, que dizia que a política nada valia, que era suja. Agora Deltan tomou o troco da Justiça, porque ele não tem mais o comando, junto com Sergio Moro, das instituições da Justiça, que eles usavam politicamente, repito, para poder perseguir seus adversários”.

“Não é um caso fortuito”

Deputado Tadeu Veneri. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O deputado Tadeu Veneri (PT-PR) observou que nunca é bom quando nós temos um deputado cassado. “Mas também entendo que muitas vezes a situação no TSE não é um caso fortuito, isolado e, como alguns falaram aqui, de perseguição absoluta contra este ou aquele”, afirmou o deputado, ao relembrar um trechinho da biografia do Deltan Dallagnol. “Deltan que queria criar um fundo de R$ 2,5 bilhões para ser retirado da Petrobras. É o mesmo Deltan que respondia a processos administrativos. É o mesmo Deltan que fazia acordo com o Sr. Sérgio Moro. É o mesmo Deltan que tinha convicção, mas que não tinha provas. É o mesmo Deltan que muitas vezes foi às ruas incentivar as manifestações contra a ex-presidente Dilma. É o mesmo Deltan que achava que tinha chegado a um ponto que não precisava sequer comunicar os seus atos a absolutamente ninguém”, criticou.

Veneri reforçou que não acho bom quando um deputado perde o mandato pelo Tribunal Superior Eleitoral. “Agora, não dá para nós mudarmos a narrativa. O Seu Deltan é tudo menos santo, como alguns querem colocar. E, cada vez mais, isso aí ficará, cada vez mais ficará claro. Não tem mais foro privilegiado. Terá que responder, como qualquer cidadão, por exemplo, pela compra de duas casas do Minha Casa, Minha Vida no Paraná, mesmo recebendo um salário de R$ 30 mil, para vendê-las com lucro; pelos seus apartamentos. Terá que responder por que recebeu diárias e fez com que procuradores recebessem diárias mesmo morando em Curitiba. Terá que responder por que, durante todo esse tempo, fez diversas investigações, mas a Engevix, uma das empresas investigadas, nunca — e obviamente era a sua tarefa também — procurou saber por que foram roubados sigilos industriais da Petrosix”, enumerou.

O deputado Tadeu Veneri relembrou ainda que Dallagnol nunca falou com a família do Luiz Carlos Cancellier — ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, que foi preso pela Operação Lava Jato, humilhado, colocado nu dentro de um presídio, proibido de entrar na universidade, que cometeu suicídio. “Ele riu, achou bacana. Achava que estava acima de tudo. Pois, hoje, o Sr. Deltan Dallagnol, exatamente pelo que ele falava, está pagando — nada mais, nada menos”, afirmou.

“Farsa” jato

Deputado Reimont. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Ao comentar a decisão do TSE, o deputado Reimont (PT-RJ) enfatizou que era importante lembrarmos o que foi a operação “farsa” jato: “Ela acabou com milhares de empregos no Rio de Janeiro, dilapidou a Petrobras, fechou o Comperj, condenou o presidente Lula sem provas — combinou com o juiz que hoje é senador (Sergio Moro) todo o processo. Desta vez, não deu para combinar com os juízes do TSE!”, ironizou.

Reimont frisou que não celebra a derrota de ninguém, “mas entendemos que a irresponsabilidade deste ex-deputado causou, em nosso País, muitas mazelas e sequelas, dentre elas, inclusive, a morte, porque elegeu o governo que elegeu, que não vacinou o povo e levou 700 mil pessoas à morte”, desabafou.

Colheu o que plantou

Deputado Paulo Guedes. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Para o deputado Paulo Guedes (PT-MG), o deputado Deltan Dallagnol prestou um serviço sujo à Nação. “Ele não honrou nem o seu cargo de promotor! Todo mundo sabe das tramoias praticadas por esse cidadão, que burlou a Justiça e tentou enganar o TSE. Isso está de forma muito clara. Todo mundo sabe o que ele foi capaz de fazer, ele e Sergio Moro, para tirar Lula da disputa em 2018”, enfatizou.

Paulo Guedes disse que Moro e Deltan fizeram a tramoia para não deixarem o presidente Lula disputar a eleição em 2018. Portanto, vocês estão colhendo o que plantaram. Jogou sujo o tempo inteiro, fez maracutaias o tempo todo, enojou a Justiça brasileira, e hoje está colhendo tudo o que plantou!”, concluiu.

 

 

 

Vânia Rodrigues

 

 

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