Carta de Léo Pinheiro, que inocenta Lula, expõe o escândalo da “Guantánamo” brasileira, afirma Jorge Solla

Deputado Jorge Solla. Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

O deputado Jorge Solla (PT-BA) afirmou na tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (15), que a cada dia que passa a indústria das delações da Lava Jato fica mais evidente. Ele destacou que nesta semana, o ex-presidente do OAS Léo Pinheiro escreveu uma carta de próprio punho para voltar atrás em acusações que fez contra o ex-presidente Lula, na sua delação premiada firmada com a Lava Jato e que serviu de base para a decisão do então juiz Sérgio Moro em prender Lula.

“Eu quero recuperar a cronologia dos fatos para mostrar o escândalo que é a Guantánamo brasileira, em Curitiba. Aquilo que os americano¬¬¬s fizeram na Guantánamo, onde nasceu o enclave em Cuba, Moro, e o procurador Deltan Dallagnol e companhia fizeram na Guantánamo brasileira, em Curitiba”, afirmou.

Ele relembrou que em novembro de 2014, Léo Pinheiro foi preso e transferido para Curitiba. Em agosto de 2015, Sergio Moro condenou Léo Pinheiro a 16 anos e 4 meses de prisão. Em junho de 2016, a delação de Léo Pinheiro travou porque ele inocentou o presidente Lula. Ele continuou preso, pressionado, torturado porque disse que Lula era inocente. Em novembro de 2016, o Tribunal decide aumentar a pena de Léo Pinheiro para 26 anos, porque ele não aceitou fazer denúncias falsas contra o presidente Lula. Em abril de 2017, em novo depoimento, Léo Pinheiro incrimina Lula, sem apresentar provas.

“Depois de tantas torturas, de tantas pressões, de tantos achaques, ele escreveria qualquer coisa, delataria qualquer um. Em setembro de 2017, Moro pede para o Tribunal reduzir a pena de Léo Pinheiro para apenas 2 anos e 6 meses. Bastou denunciar Lula para a pena cair”, criticou Jorge Solla.

O deputado cita ainda que em junho de 2019, mensagens confirmam que a delação de Léo Pinheiro só foi aceita quando ele incriminou o Presidente Lula. “Nós não podemos aceitar um absurdo desses! É o maior crime que o Judiciário brasileiro já fez”, protestou.

Jorge Solla destacou ainda que em 2016, participou da CPI da Petrobras e denunciou o que estavam fazendo contra Léo Pinheiro. “Vou recuperar os filmes, vou passar aí para mostrar que, naquela época, os familiares e amigos já sabíamos que ele iria fazer uma delação falsa porque não suportava mais a tortura, as ameaças, as pressões que recebia na Guantánamo brasileira, em Curitiba. Não podemos deixar que isso se repita no País!”, afirmou.

Vânia Rodrigues

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