O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), usou a tribuna da Câmara na noite de ontem (11) para fazer um balanço dos 100 primeiros dias do governo Lula, completados na segunda-feira (10) e que mostra um pouco do retrato desses dias de um governo de união e reconstrução do País. Guimarães destacou três questões que ele considera relevantes: o compromisso com a democracia, a retomada de programas sociais extintos pelo governo passado e a sinalização de propostas que dão a certeza de que, nestes próximos 4 anos o Brasil será reconstruído.
Sobre a defesa da democracia, Guimarães relembrou o combate que foi feito a partir dos atos golpistas do dia 8, dos pressupostos que sustentam o regime democrático brasileiro, a defesa do Estado de Direito e das instituições. “O presidente Lula foi o maestro, juntamente com os presidentes da Suprema Corte, do Senado e da Câmara para pacificar o País e dizer em alto e bom som: ninguém ouse querer interditar o processo democrático brasileiro. Nós temos efetivamente o compromisso com a democracia”, reiterou.
O segundo ponto alto do balanço feito pelo próprio presidente Lula, segundo o líder do governo, foi a narrativa que se construiu a partir da reconstrução dos programas que haviam sido extintos, como o Programa Minha Casa, Minha Vida; O Bolsa Família com um novo valor e com o acréscimo de R$ 150, o lançamento da nova política de valorização do salário mínimo, a retomada das campanhas de vacinação no País, a retomada das obras paralisadas.
Conjunto de ações
“É um conjunto de ações que, se para alguns pode ser algo não tão importante, é decisivo para iniciar o processo de reconstrução de um conjunto de políticas públicas que, sem elas, o povo brasileiro não estaria tendo essa sensação de que tem governo. Podem até discordar, mas o País tem a sensação de que tem governo. As medidas estão sendo tomadas. E as medidas lançadas até hoje sinalizam que nós estamos no caminho certo”.
Sobre o terceiro aspecto importante desses 100 dias de governo Lula, Guimarães afirmou que o Executivo sinaliza propostas para a reconstrução do País. Entre elas, o novo papel dos bancos públicos. “Isso é importante porque tem que ter crédito em abundância para investir, para fomentar a economia, para fazer girar e rodá-la”, argumentou. Ele destacou ainda a afirmação do presidente Lula de que “banco público não é para entregar dinheiro para o Tesouro Nacional, como fez o BNDES. Banco público é para ser caminho indutor do desenvolvimento e do combate à pobreza, fomentando o crescimento com geração de emprego e renda”.
Novo papel da Petrobras
O líder do governo disse também que no balanço dos 100 dias foi discutido o novo papel da Petrobras. “Ela é uma das maiores empresas do mundo e não pode servir apenas para aumentar permanentemente a alta dos preços dos combustíveis e distribuir dividendos para os seus acionistas. Ela tem que ter papel indutor, tem que ter papel estratégico no desenvolvimento, no crescimento e no investimento do País, porque é uma das empresas que mais gerou emprego e renda no passado para os brasileiros e as brasileiras”, afirmou.
Nova política fiscal
Guimarães destacou também, entre as medidas do governo que sinaliza para o futuro, a nova política fiscal do País. “O governo enviará ao Congresso Nacional uma proposta para fazer com que este País cresça e se desenvolva, sem comprometer aquilo que é fundamental, ou seja, a ampliação do investimento público. O combate à pobreza, tirar o Brasil do Mapa da Fome, os recursos para a saúde, para a educação, todas essas medidas que estão constitucionalizadas jamais entrarão na nova política fiscal que o Brasil começa a discutir”, observou.
O líder do governo informou ainda que, além da nova política fiscal do País, é fundamental a aprovação de uma Reforma Tributária. “Essas medidas não vão ter impacto imediato este ano, mas geram um ambiente de credibilidade, para que os resultados aconteçam no próximo ano”, explicou.
Viagem à China
José Guimarães falou também sobre a viagem do presidente Lula à China, iniciada ontem (11). “Essa viagem à China tem um significado estratégico, para além das relações comerciais, porque a China é a potência de maior relação comercial com o Brasil, é o redesenho da geopolítica mundial, onde o Brasil tem assento garantido, pois já foi até convidado, pelo Japão, para a reunião do G7”.
O líder concluiu afirmando que tem certeza de que o Brasil será reconstruído, que o País sairá do mapa da fome. “Nós vamos retomar os investimentos públicos em todas as áreas para gerar um ambiente de tranquilidade, um ambiente de diálogo, porque o ambiente que foi construído nos últimos 4 anos não serve à democracia. Parabéns ao nosso governo, que muito me orgulha liderar nesta Casa, dialogando com todo mundo, respeitando, porque esta é uma Casa de respeito, de diálogo. E é com diálogo que nós vamos aprovar as matérias relevantes para o País e para este Congresso Nacional”.
Vânia Rodrigues