Deputados e deputadas da Bancada do PT na Câmara criticaram nesta sexta-feira (8) o sigilo imposto pelo Palácio do Planalto, de 100 anos, para qualquer informação sobre o cartão de vacina do atual presidente Jair Bolsonaro. Em mensagens no Twitter, os parlamentares petistas afirmaram que essa ação comprova que Bolsonaro deseja boicotar a vacinação do povo brasileiro, ao dizer em público que não tomará a vacina, enquanto abre caminho para se vacinar escondido sem correr o risco de ser desmascarado perante seus eleitores negacionistas. O sigilo do cartão de vacina de Bolsonaro foi informado à revista Época, em resposta a um pedido feito pela coluna de Guilherme Amado com base na Lei de Acesso à Informação.
Para o líder da Bancada do PT, deputado Enio Verri (PR), essa é mais uma atitude inconsequente de Bolsonaro durante a atual pandemia. “A sabotagem de Bolsonaro à vacinação contra a Covid-19, com seu negacionismo infantil, é, mais uma vez, escancarada. Ele determinou sigilo de 100 anos sobre o seu cartão de vacinas. Ninguém saberá se ele se vacinou. Que tipo de presidente tem tal atitude?”, questionou.
Vários parlamentares afirmaram que o sigilo é apenas um disfarce de Bolsonaro para esconder de seu eleitorado negacionista a sua própria imunização contra a Covid-19. “Alguém duvida que o presidente vai ser um dos primeiros a tomar vacina?”, escreveu a deputada Erika Kokay (PT-DF).
O deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) disse que “Bolsonaro vai tomar a vacina contra a Covid-19, mas não quer mostrar ao seu gado”. “Além de cínico, é um covarde”, afirmou.
Já a deputada Maria do Rosário (PT-RS) ressaltou que “enquanto faz campanha contra a vacinação e impede a vacina de chegar aos brasileiros e brasileiras, é possível que Bolsonaro e a família, já estejam até vacinados!”. “Trata seus seguidores pior que gado. Gado, eles (os bolsonaros) se vacinam!”, alertou.
Na mesma linha, o deputado José Airton Cirilo (PT-CE) disse ainda que, apesar de falar em público que não tomará vacina, “nos bastidores ele (Bolsonaro) será vacinado”. “E para ferrar com a vida dos brasileiros, vai fazer campanha contra. O golpe tá aí, só cai quem quer”, observou.
Leia mais mensagens de petistas sobre o sigilo da carteira de vacinação de Bolsonaro:
Deputado Reginaldo Lopes (MG) – “Bolsonaro diz que não vai se vacinar, mas pôs seu cartão de vacinação em sigilo por 100 anos. Transparência nunca foi o forte do governo, mas quais interesses motivam o presidente a esconder as vacinas que toma? Além de garantir, ele deveria incentivar a imunização do povo!”
Deputado Paulo Pimenta (RS) – “Depois de dizer que não tomará vacina, agora ele pede sigilo do cartão da mesma. Bolsonaro é o DNA da mentira”.
Deputada Natália Bonavides (RN) – “O que Bolsonaro pretende esconder com esses 100 anos de segredo do seu cartão de vacina? Vai se vacinar e não quer que o povo saiba?”.
Deputado Leo de Brito (AC) – “Certeza que ele tomou todas as vacinas direitinho e incentiva as pessoas a não tomarem”.
Deputado Zeca Dirceu (PR) – “A piada do dia: Governo federal colocou sigilo de 100 anos no cartão de vacinação de Bolsonaro. Para gado entender: vacina em segredo, ignorância e estupidez do rebanho preservada. Vacina para o presidente e cloroquina pro povo”.
Vacina da Pfizer
Nessa quinta-feira (7) ficou comprovado, mais uma vez, o descaso do governo Bolsonaro em acelerar o processo de imunização do povo brasileiro. A empresa farmacêutica Pfizer, fabricante de uma das vacina contra a Covid-19, desmentiu o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que disse em entrevista coletiva também nessa quinta, que o governo não conseguiu comprar o imunizante por exigências da empresa.
Em nota, a Pfizer disse que as cláusulas apresentadas ao Ministério da Saúde foram as mesmas de dezenas de países do mundo que já iniciaram a imunização. A farmacêutica disse ainda que ofereceu ao Brasil, em agosto de 2020, 70 milhões de doses de seu imunizante, com entrega a partir de dezembro de 2020.
“Estados Unidos, Japão, Israel, Canadá, Reino Unido, Austrália, México, Equador, Chile, Costa Rica, Colômbia e Panamá, assim como a União Europeia e outros países, garantiram um quantitativo de doses para dar início à imunização de suas populações, por meio de acordo que engloba as mesmas clausulas apresentadas ao Brasil”, afirmou a empresa, segundo o site O Antagonista.
A Pfizer também contestou a declaração de Pazuello de que teria recebido oferta de poucas doses da vacina ao Brasil, o que “não resolveria o problema” do país. A empresa afirma que ofereceu 70 milhões de doses de seu imunizante, com entrega a partir de dezembro de 2020.
“A disponibilidade e cronograma de entrega das doses para o país depende da data do fechamento do contrato de fornecimento diante da alta procura por doses e de contratos com outros países ainda em andamento. Vale reforçar que a Pfizer encaminhou três propostas ao governo brasileiro, para uma possível aquisição de 70 milhões de doses de sua vacina, sendo que a primeira proposta foi encaminhada pela companhia em 15 de agosto de 2020 e considerava um quantitativo para entrega a partir de dezembro de 2020”, disse a Pfizer.
Héber Carvalho com informações do site Brasil 247