Bolsonaro é denunciado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU; presidente da CDHM endossa críticas ao governo

O descaso, o desrespeito e a falta de seriedade do governo brasileiro no trato da pandemia do coronavírus – que já ceifou mais de 278 mil vidas – levaram a Comissão Arns e a Conectas Direitos Humanos, a denunciarem o governo Bolsonaro no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), nessa segunda-feira (15). As entidades acusam Bolsonaro de estar promovendo uma “devastadora tragédia humanitária”.

“Ele desdenha das recomendações dos cientistas; ele tem, repetidamente, semeado descrédito em todas as medidas de proteção – como o uso de máscaras e distanciamento social; promoveu o uso de drogas ineficazes; paralisou a capacidade de coordenação da autoridade federal de Saúde; descartou a importância das vacinas; riu dos temores e lágrimas das famílias e disse aos brasileiros para parar ‘de frescura e mimimi’, diz o documento peticionado na ONU pelas organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos.

Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara (CDHM), deputado Carlos Veras (PT-PE), o Brasil não pode ignorar o clamor nacional e, agora, mundial. “Países vizinhos têm reforçado medidas nas fronteiras. A Covid-19 já interrompeu a vida de quase 280 mil brasileiras e brasileiros, muitas dessas pessoas morreram sem leitos, sem oxigênio. É realmente uma tragédia humanitária”, disse o deputado.

Em consonância à denúncia feita, o parlamentar disse que a própria ONU já manifestou preocupação com a forma com que o País enfrenta a Covid-19. Ele lembrou que o Brasil hoje é o epicentro da pandemia, e que foi aqui que surgiu a variante (P1), a que mais assusta o mundo.

“Amanhã, o País completa dois meses de vacinação com menos de 5% da população vacinada (um pouco mais de 10 milhões de pessoas) com a 1ª dose e menos de 2% com as duas doses necessárias à imunização”, criticou.

Carlos Veras entende que a falta de iniciativa governamental não está associada à falta de estrutura. “Temos capacidade de vacinar 2 milhões de pessoas/dia e um programa de imunização reconhecido pelo mundo. Na época do H1N1, o Brasil vacinou 80 milhões em apenas três meses”, apontou.

Veras esclareceu que o grave problema pelo qual passa o Brasil não se resolve apenas com troca de ministro, referindo-se à mudança do condutor do Ministério da Saúde, que ocorreu ontem (15). “Não adianta mudar apenas de ministro, se tudo permanecer igual. O governo federal precisa parar de negar a gravidade da situação e encarar a realidade da pandemia. Se isso não ocorrer, as consequências sociais, econômicas e sanitárias serão ainda maiores”, alertou.

CDHM faz denúncias

O presidente da CDHM lembrou que a comissão, no ano passado, já fez denúncias às autoridades de organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), sobre a postura adotada pelo presidente da República no enfrentamento à pandemia.

“Temos cooperação permanente com a ONU e continuaremos atuando para que o País adote as ações necessárias para garantir o direito à vida da população, com acesso rápido à vacina, respeito à ciência e às medidas de proteção social, como uso de máscara e distanciamento”, frisou Carlos Veras.

Benildes Rodrigues

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