O líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass (RS), repudiou hoje (9) o terrorismo que setores da mídia e especuladores do mercado financeiro têm espalhado em razão da decisão de segunda-feira do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular todas as condenações impostas pela Justiça Federal do Paraná ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato. Com a decisão, Lula recuperou os direitos políticos e se tornou elegível.
Bohn Gass qualificou de “desonestidade” a prática de parte da mídia e do chamado mercado por falar em “risco Lula” e “risco PT” a mais de um ano e meio das eleições presidenciais, principalmente por ignorar os avanços ocorridos durantes os dois mandatos de Lula (2003/2010).
“A verdade dos números é clara: o Brasil se transformou em outro país com Lula, com aumento substancial dos lucros dos empresários e melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, com a valorização do salário mínimo e a implementação de diferentes políticas públicas sociais. Parece que agora certos setores antidemocráticos tiveram um ataque de amnésia”, disse Bohn Gass.
Reservas internacionais subiram quase 20 vezes
Os números são superlativos. As reservas internacionais do Brasil, que em 2002 eram de 37,8 bilhões de dólares, em 2010 saltaram para 288,6 bilhões de dólares, crescimento de 1.670%. Os investimentos diretos estrangeiros no Brasil saltaram, no mesmo período, de 16,6 bilhões de dólares para 48,5 bilhões de dólares, crescimento de 192%.
As reservas tornaram-se importante colchão de proteção à economia brasileira – em 2016, antes do golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, o País tinha cerca de 380 bilhões de dólares em reservas.
Bohn Gass ainda lembrou que na Bolsa de Valores de São Paulo, o índice Ibovespa, no primeiro dia útil de janeiro de 2003, estava na marca de 11.290 pontos, e, antes da crise do subprime, em 2008, chegou a 73.920 pontos, um aumento de 555% em 5 anos. E quando Lula deixou a Presidência, em dezembro de 2010, estava em 69.308 pontos.
Desmandos da Lava Jato
Se hoje, de maneira desonesta e manipuladora tenta-se atribuir a alta do dólar à decisão de Fachin que depois de seis anos fez justiça a Lula contra os desmandos da Lava Jato, o líder do PT desafia os especuladores e barões da mídia a pesquisar os números.
Por exemplo, o dólar comercial em dezembro de 2002 estava cotado a R$ 3,53 e, em dezembro de 2010, a cotação era de R$ 1,67. Já a taxa de desemprego em 2002 estava na ordem de 10,5%, com Lula caiu para 5,3%.
Um dado importante: as exportações brasileiras quase triplicaram nos oito anos dos dois mandatos de Lula: saltaram de 60,4 bilhões de dólares em 2002 para 201,9 bilhões de dólares em 2010. Bohn Gass lembrou que o presidente Lula, em seu primeiro mandato (2003-2006), fez a economia crescer, em média, 3,5% ao ano, um salto em relação ao governo anterior. Mas no segundo mandato (2007/10), a economia cresceu mais, na média 4,5% ao ano. “E isso apesar da grave crise internacional de 2008, quando Lula enfrentou o Deus mercado”, disse o líder do PT.
Crise de 2008
“Naquele momento de turbulência, Lula apostou no consumo e, em vez de aumentar os impostos, aplicou um conjunto amplo de desonerações tributárias e de medidas de política monetária de modo a estimular a atividade produtiva”, recordou Bohn Gass. Lula manteve a renda das famílias e os avanços na área social, com uma política econômica anticíclica e em defesa dos interesses nacionais.
Bohn Gass pontuou que a mesma crise de 2008, se ocorresse nos governos FHC, ou no do golpista Temer e do neofascista Jair Bolsonaro, o encaminhamento seria outro e o País teria ido para a UTI. No governo FHC, por exemplo, diante de crises menores, o governo brasileiro recorreu ao FMI para pedir empréstimos e seguiu seu receituário: aumentou impostos e as taxas de juros, arrochou os salários. “Com Lula, nos livramos do FMI”, frisou Bohn Gass.
“Com Lula, o PT e seus aliados, o Brasil virou referência internacional, mas a partir do golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff, todas as conquistas começaram a ser desmontadas”, denunciou o parlamentar. “Provamos que podemos ter um país com desenvolvimento econômico e social, com distribuição de renda, vitalidade das empresas nacionais e com pluralidade e respeito ao meio ambiente”.
Valorização do salário mínimo
Bohn Gass observou que com Lula o Brasil teve geração recorde de empregos, a ascensão social de mais de trinta milhões de brasileiros, a adoção de uma política externa altiva e soberana e valorização dos trabalhadores e da classe média.
O líder do PT assinalou que, com Lula, o salário mínimo teve aumento real de 57%, desmentindo o mantra neoliberal de que este aumento quebraria a Previdência Social e os pequenos municípios. Direta ou indiretamente, aproximadamente 45,9 milhões de pessoas tiveram a renda mensal aumentada por efeito da elevação do salário mínimo. Em dólar, o valor saltou de US$ 77,00 para US$ 291,00.
“Lula instituiu uma nova política de valorização do salário mínimo. Não fosse Lula, o salário mínimo atual não chegaria a R$ 600,00”, disse Bohn Gass.
A inclusão social foi prioridade com a criação do Bolsa Família, que beneficiou mais de 12,6 milhões de famílias. A estabilização econômica foi consolidada. A dívida externa foi eliminada, a interna, reduzida em mais de 20 pontos percentuais.
O Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU, era elogiado pela comunidade e pela mídia internacional, em contraste com a maior parte da imprensa nacional, que, movida por interesses político-eleitorais, tentou ignorar as conquistas dos governos do PT. Essa mesma mídia, hoje, tenta fazer o povo esquecer das conquistas daquela época. Com mentiras e distorções”, disse Bohn Gass.
Veja O Brasil da mudança:
http://www.brasildamudanca.com.br/
Paulo Paiva Nogueira