As deputadas da bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara se reuniram, nesta quinta-feira (2), para discutir os espaços que elas pretendem reivindicar na liderança do partido, nas vice-lideranças da Casa, e nas Comissões, de forma paritária. Também foram debatidos temas pertinentes à igualdade racial. O líder da bancada, deputado Zeca Dirceu (PR), participou da reunião.
Em 2018, a bancada feminina do PT elegeu dez deputadas, sendo a maior da legislatura anterior. Em 2022, o PT segue sendo a que conta com mais mulheres. O partido elegeu 18 deputadas federais e uma suplente, Reginete Bispo (PT-RS) que entrou na vaga deixada por Paulo Pimenta, secretário de Comunicação do governo federal. A deputada Rejane Dias (PT-PI) renunciou ao mandato para assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Piauí. Nessa nova legislatura, a bancada aumentou sua diversidade e representatividade, com mais mulheres negras e uma indígena.
“Estamos discutindo os espaços que queremos para que construamos uma equidade de gênero na Bancada do PT. Queremos ocupar as comissões de forma paritária, queremos ocupar as vice-lideranças de forma paritária, queremos que todos os espaços construídos nesta Casa possam paritariamente ser ocupados por mulheres”, explicou a deputada Erika Kokay (PT-DF).
A deputada Jack Rocha (PT-ES) disse que o Brasil vive um momento de “união e reconstrução do Brasil” e que isso se reflete na participação das mulheres no Parlamento. “Nós tivemos um aumento considerável na bancada, e isso é fruto daquilo que foi debatido na sociedade ao longo de tanto tempo. Hoje, junto com a liderança, a bancada feminina assume o compromisso de fortalecer as pautas das questões relacionadas a gênero, à diversidade, na construção de um Estado laico, antirracista e que promova realmente a justiça social”.
“É uma felicidade ver essa bancada potente e diversa do nosso partido, que estará coesa na defesa das mulheres e da igualdade em todos os campos”, assegurou a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
Representatividade
Para Erika Kokay, apesar de a representatividade feminina ter aumentado no legislativo federal, ainda está longe de ser a ideal. As mulheres são maioria no Brasil, mas na Câmara, as deputadas representam apenas 18% da composição dos eleitos. “Precisamos chegar à metade dos parlamentares, porque somos mais da metade da população. Estamos trabalhando nessa perspectiva”, assegurou a deputada.
Por sua vez, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) reforçou a importância da luta feminina na ocupação de mais espaços. “É muito importante estarmos juntas, lutando e fazendo com que, cada vez mais estejamos no mesmo pé de igualdade de condições para que possamos reforçar as propostas que o nosso partido tem”.
Igualdade salarial
A deputada Jack Rocha defendeu que a igualdade salarial saia do papel. “Vamos trabalhar e atuar para que a igualdade salarial entre homens e mulheres, defendida pelo presidente Lula, possa ser uma realidade a ser concretizada no Brasil. Não dá para admitir que a gente tenha a desigualdade salarial apenas por sermos mulheres”.
Ela também ressaltou que acredita na bancada feminina do partido. “É um novo ciclo, é um novo momento e eu acredito muito na bancada feminina do PT, na liderança do nosso partido e que o Congresso Nacional, através de reconhecer o papel das mulheres e da luta antirracista, promova a verdadeira democracia que a gente acredita”, disse Jack Rocha.
Ministra das Mulheres
De acordo com a deputada Erika Kokay, a bancada feminina tem uma reunião marcada com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, para a próxima semana, quando serão discutidas as prioridades do Governo Federal sobre o tema. “Nunca tivemos tantas mulheres ocupando ministérios, são 11. Temos uma mulher presidindo a Caixa Econômica Federal. Uma mulher presidindo o Banco do Brasil, uma instituição que nasceu em 1808, e que nunca tinha tido uma mulher na presidência, agora tem. Isso significa que há que se construir a equidade de gênero e a paridade de ocupação de todos os espaços”.
Elas por Elas
Ludmilla Barreto, da assessoria política das mulheres do PT, ressaltou a importância da reunião para que as deputadas busquem mais espaços. “Aqui tem mulheres muito potentes, qualificadas e que entende de absolutamente todos os temas. De fato, vai dar um salto de qualidade”.
Ela também disse que o projeto “Elas por Elas” será construído pelas deputadas, para que levem suas experiências e incentive mais mulheres a serem candidatas e eleitas nas próximas eleições para vereadoras e prefeitas, e assim consigam mudar a realidade social das mulheres em suas cidades.
Também estiveram presentes à reunião as deputadas petistas Ana Pimentel (MG), Camila Jara (MS), Carol Dartora (PR), Adriana Accorsi (GO), Denise Pessôa (RS), Ivonilde Caetano (BA), Luizianne Lins (CE), Maria do Rosário (RS), Natália Bonavides (RN) e Reginete Bispo (RS).
Lorena Vale