Audiência reforça a importância da 3ª dose da vacina de Covid-19 para idosos, imunossuprimidos e profissionais da saúde

Deputado Jorge Solla Foto: Gustavo Sales/Câmara dos Deputados

Especialistas no combate à Covid-19 defenderam nesta terça-feira (21) a necessidade da aplicação de uma terceira dose de vacina para idosos acima de 70 anos e imunossuprimidos – pessoas com redução do sistema imunológico – e ainda para profissionais da saúde, especialmente os que trabalham na linha de frente de combate ao vírus. As declarações aconteceram durante audiência pública realizada pela Comissão Externa da Câmara dos Deputados, destinada a acompanhar o Enfrentamento à Pandemia no País.

A médica pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Margareth Dalcolmo ressaltou que é indispensável garantir a 3ª dose da vacina, principalmente para os grupos mais vulneráveis à reinfecção pela Covid-19. “Diante das evidências e da disponibilidade de vacinas, é necessário reforçar com a 3ª dose da vacina contra a Covid-19 para os idosos (acima de 70 anos e após 6 meses da 2ª dose), os imunossuprimidos e pessoas com imunodeficiência (desordem no sistema imunológico predispondo o organismo a infecções)”, afirmou.

Ao também concordar com a vacinação para esses grupos, o Diretor do Centro de Farmacovigilância, Segurança Clínica e Gestão de Riscos do Instituto Butantã, Alexandre Precioso, também destacou a necessidade de os profissionais da saúde receberem a 3ª dose dos imunizantes. “Partindo de estudos científicos e dos dados locais sobre a disponibilidade de vacinas, para não acarretar desigualdade na imunização geral, creio ser muito importante a dose de reforço para os profissionais de saúde”, defendeu.

Já a representante do Conselho Federal de Medicina, Natasha Barreto, ressaltou que essa 3ª dose é necessária principalmente porque os profissionais da saúde foram vacinados com a Coronavac, que tem uma eficácia menor contra o vírus. “Como esse grupo foi o primeiro a se vacinar, a partir de janeiro e fevereiro, a imunização já está em declínio, e isso tem se demonstrado nos números de reinfecções, apesar da maioria dos casos não serem graves”, observou.

Por sua vez, a representante do Conselho Federal de Enfermagem Cleide Mazuela ressaltou que a entidade já vem observando um aumento nos casos de infeção de profissionais da sua área pela Covid-19. “Estamos recebendo muitas ligações e e-mails pedindo informação sobre a dose de reforço da vacina, sobre a partir de quando isso ocorrerá. Temos observado que o número de infecções entre os profissionais de enfermagem vem ocorrendo em um número muito maior do que esperávamos”, alertou.

Em nome do governo, a secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Melo, disse que a distribuição de vacinas para a 3ª dose já acontece desde a semana passada. Segundo ela, não faltarão imunizantes para as doses de reforço. Rosana Melo disse que o Ministério da Saúde espera a entrega de um lote com 100 milhões da vacina Pfizer, já para o início de outubro. “Não sabemos se toda a população precisará de reforço ou apenas determinados grupos, mas não faltarão imunizantes se for preciso”, assegurou.

Inclusão dos profissionais da saúde para a 3ª dose

Ao comentar as falas dos palestrantes, o deputado Jorge Solla (PT-BA) fez coro à necessidade de o País acelerar a aplicação da 3ª dose para os grupos mais vulneráveis à infecção. “Compartilho com as exposições favoráveis da aplicação das doses de reforço para idosos, imunossuprimidos. E diante das evidências e do nível de exposição a inclusão dos profissionais de saúde já se justificaria”, observou.

De acordo com a Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Melo, a decisão sobre a inclusão dos profissionais da saúde entre os grupos prioritários para recebimento da 3ª dose deve ocorrer até a próxima sexta-feira (24). Segundo ela, neste dia serão avaliados estudos científicos sobre a necessidade da vacina de reforço para essa categoria.

Também participaram da audiência pública representantes da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass); do Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde (Conasems); e da Associação Médica Brasileira (AMB).

Héber Carvalho

 

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