Após as primeiras 24 horas de greve de fome, os seis militantes que estão sem comer, por tempo indeterminado, em prol da libertação de Lula receberam na tarde desta quarta-feira (2) o apoio e a solidariedade de parlamentares militantes e artistas, em ato em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Os grevistas reafirmaram a disposição de continuar o protesto para garantir ao Brasil um processo eleitoral democrático e soberano, capaz de devolver ao País os rumos do crescimento econômico e da distribuição de renda, com a recondução de Lula à Presidência da República.
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Lula Pimenta (RS), destacou que o ato extremo dos seis militantes tem como objetivo chamar a atenção da comunidade internacional para expor a grave situação do Brasil, com o claro rompimento do Estado democrático de direito e a instituição de um Estado policial que mantém há mais de 100 dias o maior líder brasileiro como preso político.
“Essa greve certamente é algo grave e sério, porque é por tempo indeterminado. E cada uma dessas seis pessoas representa um ministro ou ministra, que em suas atitudes violam a Constituição Federal. Esse tipo de greve foi bastante praticada por Gandhi, quando ele responsabilizava diretamente uma autoridade britânica. Dizia claramente ‘estou de greve por sua culpa’, e responsabilizava determinada pessoa”, explicou Pimenta.
Estão em greve de fome deste às 16h de terça-feira (1º) Vilmar Pacífico, Jaime Amorim e Zonália Santos, todos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); Frei Sérgio Görgen e Rafaela Alves, ambos do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA); e Luiz Gonzaga (Gegê), da Central de Movimentos Populares (CMP).
Esperança do povo – O líder petista lembrou que Lula é mantido encarcerado em Curitiba por tudo o que representa para o povo, pela esperança de dias melhores que reacende em cada brasileiro e brasileira. Em nome dessa perspectiva de mudança, Pimenta afirmou que a greve de fome iniciada nesta semana faz parte de uma mobilização mais ampla, com uma série de ações que vão culminar no dia 15 de agosto – dia do registro da candidatura de Lula à Presidência da República.
“A partir de agora, são várias etapas. Em 15 de agosto, será a inscrição da candidatura, depois será a campanha propriamente dita. Queremos vencer com Lula no primeiro turno. E vencer essas eleições não é ponto de chegada, é ponto de partida. Em 1º de janeiro, queremos que Lula receba a faixa presidencial das mãos da presidenta eleita, Dilma Rousseff, e não do golpista Michel Temer. Não reconhecemos como presidente alguém que tomou a função de assalto”, detalhou.
O deputado José Lula Guimarães (PT-CE), líder da Oposição na Câmara, que também foi ao STF prestar solidariedade aos grevistas, destacou a coragem do grupo, que, segundo ele, dá um verdadeiro exemplo de civismo. “Esses seis companheiros dão uma demonstração de compromisso com a democracia, com o povo e com o Brasil, ao realizar essa greve de fome por justiça e pela liberdade do presidente Lula”, definiu.
Também disse que eles estão lutando pelo direito de o Brasil realizar eleições limpas e democráticas. “Portanto, a nossa solidariedade neste momento é extensiva a todos os movimentos sociais do País, que se enxergam nesses companheiros que estão aqui e são um exemplo de coragem e de determinação”, detalhou.
A deputada Luizianne Lula Lins (PT-CE) também fez questão de levar o seu abraço e solidariedade aos seis militantes. “É um gesto extremo, uma atitude heroica sacrificar o próprio corpo para que o Brasil volte a sonhar com um futuro”, afirmou. Ela enfatizou que essa foi uma decisão individual, mas que merece o apoio de todos os brasileiros que defendem a democracia, a soberania nacional e a justiça social.
Além da solidariedade aos militantes que estão em greve de fome, o deputado Paulo Lula Teixeira (PT-SP) afirmou que o ato em frente ao STF era para exigir que a presidente do tribunal, ministra Cármen Lúcia, coloque em votação das Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) que tratam da presunção de inocência. “É urgente que esse julgamento aconteça, tendo em vista que seguimentos do Poder Judiciário perseguem o presidente Lula, promovem uma prisão arbitrária e inconstitucional”, enfatizou. Ele reforçou ainda que a ministra não pode ser conivente com essa “violência que estão praticando contra a Constituição brasileira”.
PT na Câmara