Apagão no Amapá é consequência nefasta da sanha privatizante do governo Bolsonaro

O “apagão” do sistema elétrico do Amapá é consequência da face nefasta da privatização do setor elétrico no País. Esse é o entendimento de parlamentares da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara, que usaram suas redes sociais para criticar a ausência das autoridades públicas na resolução do caos energético que atinge, há mais de uma semana, todo o estado amapaense. O líder do PT, deputado Enio Verri (PR), classificou o descaso governamental de “escárnio” e “desumanidade”.

“São dois substantivos que designam muito bem o governo Bolsonaro. Os hospitais do Amapá estão sem condições de atendimento e mulheres e crianças estão sem alimentação digna. E o governo vai levar 10 dias para restabelecer o fornecimento de energia elétrica”, criticou Verri.

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), também questionou a ausência do governo federal na resolução do problema. “Bolsonaro parece um sádico se divertindo com o sofrimento do povo. O Amapá sem energia e o governo pede à população que aguente até 10 dias sem água, comida, luz, comunicação. Numa pandemia, sem mandar nenhuma ajuda, sequer prestou solidariedade. Que nome a gente dá para isso?”, questionou.

Para o líder da Minoria no Congresso Nacional, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), o “Amapá sofre o efeito da privatização! Diziam que a Eletronorte prestava um péssimo serviço, aí privatizaram”.

O deputado criticou também o fato de a imprensa brasileira não ter dado visibilidade necessária ao fato, além de não ter apontado o responsável direto pelo apagão que ocorre naquele estado. “Essa mídia não fala uma só palavra sobre a empresa que fornece a energia no Amapá. Parece que a energia não tem dono”, ironizou Zarattini se referindo à empresa espanhola Isolux.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) lembrou que o governo do Distrito Federal caminha a passos largos para privatizar a Companhia Energética de Brasília (CEB). Para Erika, os brasilienses precisam estar atentos e não permitir que a Capital Federal sofra a mesma consequência da sanha privatizante que ocorreu no Amapá.

“O que os privatistas de plantão têm a dizer sobre o caos no Amapá? O estado está sem energia por irresponsabilidade da distribuidora Isolux (privada). Sabe quem tá salvando o povo amapaense? A Eletrobras-Eletronorte (pública), que Bolsonaro e Guedes querem privatizar”, alertou a petista.

Pressão no Congresso

Em sua conta no Twitter, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) afirmou que para barrar essa face privatizante do governo é necessário que a população pressione o Congresso Nacional, para impedir a privatização da empresa pública geradora de energia no País. “Não podemos deixar o governo vendilhão privatizar a Eletrobras! Pressão sobre o Congresso é fundamental. Vejam a situação do Amapá. Empresa privada criou o caos e é a Eletrobras que possui conhecimento, competência e condições de resgatar o sistema”, alertou a deputada.

Socorro

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) também destacou que é a empresa pública que está prestando socorro e ajudando na solução do caos, nesse momento que o estado do Amapá precisa de auxílio. “A Eletronorte vai socorrer o estado do Amapá das falhas que uma empresa privada cometeu e deixou o povo sem energia”, afirmou o deputado, se referindo à equipe técnica da Eletronorte que se encontra na subestação de Macapá fazendo a recuperação do transformador que gerou a falta de energia elétrica no estado.

O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) reforçou a avaliação e fez um paralelo com o sistema de saúde do País. “Esta é privatização de setores estratégicos. Quando não interessa ao lucro, a privada que opera a energia do Amapá apela para a estatal brasileira. Foi assim na Covid-19, onde apenas 7% dos exames foram feitos pelos planos de saúde, embora 22% da população tenha plano hoje”, escreveu o ex-ministro da Saúde em sua conta no Twitter.

Abandono

O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), também se manifestou: “O Brasil voltando ao mapa da fome, privatizações desordenadas, apagão! A volta do neoliberalismo ao Brasil está deixando suas marcas cruéis e prejudicando, principalmente, os pobres”, constatou.

O deputado Nilto Tatto (PT-SP) tuitou o grito que ecoa entre os moradores amapaense. “Com comida estragando e usando água da chuva, moradores do Amapá relatam desespero: ‘Estamos abandonados’”, escreveu o deputado.

O deputado Célio Moura (PT-TO) criticou a postura do presidente Bolsonaro na condução do problema. “Impossível pensar um governo que ignora os problemas locais e se dedica às eleições externas e subserviência? Aqui mesmo podemos ver Bolsonaro preocupado com Trump enquanto o Amapá está sem luz, sem água, sem comida, brasileiros totalmente abandonados há dias”, protestou.

Em sua conta no Twitter o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) lembrou da situação caótica que, segundo ele, atinge mais de 90% da população. “Além do sufoco, há os prejuízos: alimentos estragados, apodrecendo, mercadoria, equipamentos”, lamentou.

Ação

A justiça federal determinou um prazo de três dia para que a empresa Isolux resolva completamente a falta de energia no Amapá, sob pena de multa no valor de R$ 15 milhões.

Cassação de concessão

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou nesta segunda-feira (9) que vai exigir da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a apuração rigorosa dos fatos, e que a empresa responsável pelo transformador – no caso a Isolux – perca a concessão e que a Eletronorte assuma o comando da subestação no estado do Amapá.

 

Benildes Rodrigues

 

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