Ao ignorar compra de vacina por metade do preço, Bolsonaro é responsável por milhares de mortes, acusam petistas

Foto: Adobe Stock/Agência Brasil

Parlamentares da Bancada do PT na Câmara afirmaram que a divulgação da notícia de que Jair Bolsonaro se recusou a comprar vacina da Pfizer, ainda no ano passado e pela metade do preço comercializado com os Estados Unidos e a Europa, atrasando a imunização do povo brasileiro, prova que o presidente é responsável direto pela morte de milhares de brasileiros por Covid-19. A acusação dos petistas refere-se à denúncia contida na reportagem publicada, nesta segunda-feira (7), pela Folha de S. Paulo. Segundo o jornal, até 70 milhões de doses da Pfizer poderiam ter sido entregues a partir de dezembro por US$ 10 cada.

De acordo com o jornal, países como EUA e Reino Unido pagaram 20 dólares a dose da vacina, o dobro do valor recusado pelo Brasil durante vários meses em 2020. Na União Europeia, as doses do laboratório norte-americano custaram 18,60 dólares.

Segundo já informou o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o colegiado tem provas de que o governo ignorou 53 e-mails enviados pela Pfizer, a partir de agosto 2020, cobrando resposta sobre a oferta das 70 milhões de doses. Em depoimento à CPI da Covid, o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse que a proposta da Pfizer foi “agressiva” e continha cláusulas “draconianas” e que o preço da dose por 10 dólares era “muito caro”. Meses depois, o próprio Pazuello autorizou a compra do imunizante pelo mesmo valor.

Por conta do atraso no fechamento do contrato para a compra da vacina, as primeiras doses do imunizante só começaram chegar ao Brasil em abril deste ano. Pelo Twitter, vários parlamentares condenaram a atitude de Bolsonaro.

Para o Líder da Bancada do PT, deputado Elvino Bohn Gass (RS), a recusa em comprar as vacinas comprova que Bolsonaro é um genocida de seu próprio povo e que precisa ser removido da presidência da República.
“Pfizer ofereceu vacinas com 50% de desconto? E mesmo assim Bolsonaro não comprou? Isto confirmado, desmonta a tese de que o atraso teria se dado por conta das cláusulas draconianas. E prova o genocídio. Cada dia a mais de Bolsonaro na presidência significa mais vidas perdidas”, ressaltou.

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), ressaltou que a negligência de Bolsonaro resultou na perda de vidas e em prejuízo à economia do País.
“Brasil podia ter vacinado antes e pago metade do preço por doses se Bolsonaro não tivesse ignorado oferta da Pfizer. EUA, Reino Unido e UE pagaram o dobro. Pazuello alegou que 10 dólares era caro e o país pagou com mortes e fechamento de negócios. Não custa lembrar, foram 53 e-mails”, observou.

Já o deputado e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP) observou que, além da responsabilização de Bolsonaro, também é preciso investigar quem se beneficiou com o atraso na compra da vacina.

“Cada dia surgem novos fatos que mostram que Bolsonaro é responsável por estarmos tantos dias sem vacina. A CPI precisa investigar por que muita gente ganhou dinheiro com essa matança”, cobrou.

O deputado Jorge Solla (PT-BA), ex-secretário de Saúde em seu estado, disse que está mais do que provado que o governo Bolsonaro não acelerou a compra da vacina da Pfizer e da CoronaVac, ainda em 2020, porque apostou no negacionismo e em teorias da conspiração. Segundo o Instituto Butantan, havia a possiblidade do Brasil ser o primeiro país do mundo a iniciar a vacinação com a entrega de 60 milhões de doses ainda em 2020.

“O governou não quis comprar vacinas porque achou que a pandemia estava acabando, que a teoria maluca deles de imunidade de rebanho deu certo, e embarcou numa teoria da conspiração de que a pandemia foi criada pela indústria farmacêutica para vender vacinas”, acusou.

O parlamentar observou ainda que “o presidente, o ministro da Saúde e todos seus auxiliares achavam que era mais barato e eficiente comprar cloroquina”. “Essa é uma tese absurda que Bolsonaro defendeu até abril desse ano, no programa de TV. Calou a boca quando veio a CPI”, disse Jorge Solla.

Leia abaixo outros tuítes de parlamentares do PT sobre o assunto:

Deputado Rogério Correia (MG) – “O governo parou a economia e causou genocídio no Brasil ao negar as vacinas e priorizar cloroquina’.

Deputado Paulo Pimenta (RS) – “A CPI já tem provas suficientes para denunciar Bolsonaro e seus cúmplices por três crimes: falta de vacinas, falta de oxigênio em Manaus e uso indevido de Cloroquina e outros remédios sem eficácia comprovada. Os detalhes são assustadores e revelam um esquema perverso e planejado”.

Deputada Erika Kokay (DF) – “Inaceitável. Bolsonaro recusou vacina da Pfizer a 50% do valor pago por EUA e Europa. O genocida não queria gastar com vacinas, porque apostava na imunidade de rebanho. O resultado: mais de 470 mil mortos e variantes mais agressivas!”.

Deputado José Guimarães (CE) – “Absurdo! Bolsonaro recusou vacina da Pfizer com 50% de desconto! O genocida não só descreditou a única chance de superar a pandemia como recusou o imunizante a preço baixo. Só o impeachment para nos salvar desse morticínio!”.

Deputado Henrique Fontana (RS) – “A vacinação no Brasil está atrasada porque Bolsonaro não comprou as doses. Nem pela metade do preço! O problema não era dinheiro, mas a desumanidade de quem está governando o nosso país. Pro Brasil sair da crise, Bolsonaro sair!”.

Deputada Maria do Rosário (RS) – “EUA e Reino Unido pagaram US$ 20 na dose das vacinas, enquanto Pazuello recusou doses por US$ 10, porque considerou o preço “caro”. Parafraseando Brizola, cara é a negligência deste governo, que poderia ter salvado milhares e milhares de vidas. Impeachment Já!”.

Deputado Zeca Dirceu (PR) – “É como dizem: enquanto Bolsonaro governar o Brasil, todos nós seremos grupo de risco”.

Deputado Rubens Otoni (GO) – “Um escândalo! Seriam cerca de 70 milhões de doses da vacina que poderiam ter sido entregues a partir de dezembro passado”.

Deputado Nilto Tatto (SP) – “A cada dia surgem mais evidência das ações deliberadas para impedir a proteção do povo contra a pandemia. Isso é genocídio”.

Deputada Professora Rosa Neide (MT) – “Escândalo! Não bastou recusar várias vezes a proposta da Pfizer. O desgoverno ainda o fez mesmo com uma proposta 50% mais barata que a oferecida à Europa. É mais uma prova de que Bolsonaro não tinha interesse em garantir vacina para o povo”.

Deputado Reginaldo Lopes (MG) – “Bolsonaro recusou vacina que estava sendo vendida pela 1/2 do preço do mercado internacional. Omissão ou má fé, ambas as condutas são criminosas. Milhões de brasileiros (as) já poderiam estar vacinados se não fosse um presidente mais preocupado com futebol do que em enfrentar a pandemia”.

Deputado Carlos Veras (PE) – “A saída para o Brasil é a saída de Bolsonaro”.

Deputado Odair Cunha (MG) – “Bolsonaro, o protótipo de ditador, não se conforma em ver Tite e a seleção contra a Copa América no Brasil. Para ele, isso é um absurdo. Mas esse mesmo ser acha normal ignorar 53 e-mails e ofertas de 50% de desconto nas vacinas”.

Deputado Joseildo Ramos (BA) – “Pior do que saber que pagamos mais caro do que o necessário por vacina, é lembrar que pagamos a conta dessa irresponsabilidade com 473 mil vidas que poderiam ter sido poupadas com a vacinação antecipada”.

Deputado Helder Salomão (ES) – “A Pfizer ofereceu doses da vacina ao Brasil pela metade do preço que foi ofertada para EUA e União Europeia. Mas aí o Bolsonaro ignorou 53 e-mails…”

Deputado Enio Verri (PR) – “Não basta ter ignorado a vacina da Pfizer, mas Bolsonaro recusou vacina a 50% mais barata do que o preço pago por EUA e União Europeia. Seríamos vitrine em vacinação, mortes seriam evitadas, a economia teria melhores resultados e Bolsonaro disse não! É criminoso!”.

Héber Carvalho

 

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