Pesquisa do IBGE revela aceleração de preços da comida nos domicílios e fora de casa. Mais procurado após o fim do isolamento, vestuário teve maior variação em julho.
O desmantelamento das políticas públicas de segurança alimentar dos governos petistas continua impondo, literalmente, um preço alto às famílias brasileiras. Mais uma vez, a carestia do grupo Alimentação e bebidas representa o maior impacto sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Com a variação de 0,13% em julho, a “prévia da inflação” acumula alta de 5,79% no ano e de 11,39% em 12 meses.
Divulgado nesta terça-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o levantamento revelou preços mais altos em seis dos nove grupos de produtos e serviços verificados. O maior impacto individual veio do leite longa vida (22,27%), influenciando a alta de Alimentação e bebidas (1,16%), mais de quatro vezes maior que em junho (0,25%), levando o grupo ao maior impacto (0,25 p.p.) sobre o resultado.
No caso da alimentação, o movimento altista acelerou de 0,25% para 1,16% em função dos aumentos do leite longa vida (22,27%) e derivados como requeijão (4,74%), manteiga (4,25%) e queijo (3,22%). Outros destaques no grupo foram as frutas (4,03%), que haviam tido queda em junho (-2,61%), o feijão-carioca (4,25%) e o pão francês (1,47%). Com isso, a alimentação no domicílio variou 1,12% em julho.
Houve ainda aceleração na alimentação fora do domicílio, que teve alta de 1,27% em julho, ante 0,74% do mês anterior. Tanto o lanche (2,18%) quanto a refeição (0,92%) tiveram variações superiores às registradas em junho (1,10% e 0,70%, respectivamente).
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A maior variação veio de Vestuário (1,39%), que apresenta alta de 11,01% no ano. O retorno da maioria da população às atividades externas, após o relaxamento das medidas de isolamento social devido à pandemia, elevou a procura pelas roupas e, consequentemente, os preços praticados pelo comércio. No entanto, as redes varejistas continuam enfrentando dificuldades.
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Em Vestuário (1,39%), o destaque ficou com as roupas masculinas, cujos preços subiram 1,97% em julho. Além disso, foram registradas altas superiores a 1% também nos preços dos calçados e acessórios (1,57%) e das roupas femininas (1,32%).
No lado das quedas, a redução das alíquotas de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações influenciou a variação dos grupos Transportes (-1,08%) e Habitação (-0,78%), que contribuíram conjuntamente com -0,36 p.p. no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,05% em Comunicação e a alta de 0,79% em Despesas pessoais.
Com isso, a variação da “prévia da inflação” em julho foi 0,56 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em junho (0,69%). Em julho de 2021, a taxa foi de 0,72%. Essa desaceleração é influenciada por fatores que vão da alta da taxa básica de juros (Selic) a partir de março de 2021, que encareceu o crédito, à perda de renda e endividamento generalizados da população, destituída de políticas de estímulo à criação de empregos.
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Para sobreviver em meio à carestia de Jair Bolsonaro e seu ministro-banqueiro Paulo Guedes, quarta maior entre os países do G-20, as famílias brasileiras apelam para as mais variadas estratégias. Desde a opção por marcas mais baratas, entre a classe média, até a humilhação dos mais pobres, obrigados a garimpar em supermercados e açougues restos de alimentos que antes da tragédia socioeconômica bolsonarista eram distribuídos gratuitamente.
Nas ruas, trabalhadores e trabalhadoras pulam o café da manhã com o tradicional pingado com pão e manteiga, e no almoço trocam a refeição completa por algum lanche. Esse comportamento se reflete no resultado do IPCA-15 em julho. Subiram os preços tanto do lanche quanto da refeição completa, mas os lanches, agora mais procurados, subiram mais – 2,18% a 0,92%. E o povo segue, como se diz, vendendo o almoço para comprar o jantar.
Da Redação da Agência PT, com Agência IBGE