“Abril Vermelho” marca as celebrações e lutas pela Reforma Agrária no Brasil

Foto: Divulgação MST/Douglas Mansur

O dia 17 de abril marca as celebrações e lutas como o Dia Internacional de Luta Camponesa, o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária e o Dia em Memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás, que está completando 27 anos.

O Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também realiza, durante todo o mês o “Abril Vermelho”, atividades em defesa de uma Reforma Agrária como um projeto de agricultura sustentável para produzir alimentos à todo o povo brasileiro e para combater à fome.

“Neste mês que marca os 27 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, um ato truculento que ceifou a vida de muitos inocentes que lutavam pela Reforma Agrária, o MST promove o ‘Abril Vermelho’, um mês de luta pelo acesso à terra. Porém, esse ano se difere dos últimos seis que vivemos sob desgovernos fascistas e liberais”, afirmou o deputado Marcon (PT-RS).

Marcon espera que o governo Lula priorize a regularização de terras e combata os conflitos no campo. “Os movimentos populares, tanto do campo e da cidade, terão que fazer muita luta e mobilização para garantir os avanços que tanto precisamos”.

O deputado Valmir Assunção (PT-BA) relembrou os 21 trabalhadores sem-terra assassinados há 27 anos, durante uma marcha no Pará. “Transformamos o Massacre de Eldorado dos Carajás em dia de luta. Neste mês de abril, o MST reafirma a importância da Reforma Agrária para produzir alimentos saudáveis e combater a fome”, afirmou.

Para o deputado Leonardo Monteiro (PT-MG), o dia 17 de abril é um dia de muita luta. “Hoje, comemoramos o Dia Internacional das Lutas Camponesas e o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Mais do que um dia de comemoração, é um dia de luta ao combate à pobreza, à desigualdade social e ao processo excludente e elitista do agronegócio”.

Massacre de Eldorado

Os parlamentares da Bancada do PT na Câmara se mobilizaram, nas redes sociais, em memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás, nesta segunda-feira (17). Em 17 de abril de 1996, 19 trabalhadores sem-terra foram assassinados e 2 morreram em seguida por conta dos ferimentos pela polícia em Eldorado dos Carajás, na chamada “Curva do S”, na PA-150, sul do Pará.

“Mesmo passados 27 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, promovido pela Polícia Militar do Pará, ceifando as vidas de 21 trabalhadores sem-terra, a violência no campo continua a flagelar os trabalhadores e trabalhadoras brasileiras até hoje”, lamentou o deputado Nilto Tatto (PT-SP).

Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), o massacre é mais um capítulo triste na história do Brasil. “Vinte e sete anos desde o massacre de Eldorado dos Carajás. Mais um capítulo triste na história de covardia e pistolagem contra os lutadores e lutadoras pela terra no Brasil”.

Conflitos no Campo

Em 2022, foram registrados 2.018 casos de conflitos no campo, envolvendo 909,4 mil pessoas e mais de 80,1 milhões hectares de terra em disputa em todo o território nacional, o que corresponde à média de um conflito a cada quatro horas. Os dados constam no relatório anual sobre violência no campo, divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) nesta segunda-feira (17). Esses números indicam incremento de 10,39% em relação ao ano anterior, quando houve o registro de 1.828 ocorrências totais de conflitos rurais.

Essas ocorrências abrangem não apenas as disputas específicas pela terra, mas também a disputa por água, trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão, contaminação por agrotóxico, assassinatos, mortes e outros casos de violência.

Em termos de conflito pela terra, foram 1.572 ocorrências no País. O número representa aumento de 16,70% em relação ao ano anterior.  Ao todo, 181.304 famílias viveram diante da mira desse tipo de conflito no Brasil, o que dá 4,61% a mais que o registrado em 2021. Os casos inseridos nesse eixo são as ocorrências de violências contra a ocupação e a posse e contra as pessoas, além das ações coletivas de ocupação de terras e acampamentos.

Veja a manifestação de outros parlamentares do PT:

Erika Kokay (PT-DF) – “A Reforma Agrária é uma política de desenvolvimento e reparação histórica para o Brasil. A concentração de terras é um dos pilares da desigualdade brasileira e vem desde o início da exploração europeia em nosso território. A data de hoje representa memória e resistência. O Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária é uma homenagem aos trabalhadores e às trabalhadoras rurais, mortos em 17 de abril de 1996, no Massacre de Eldorado dos Carajás, que ganhou repercussão internacional. Reforma Agrária Já”.

Alexandre Lindenmeyer (PT-RS) – “Hoje, 27 anos após o massacre de Eldorado dos Carajás, a eleição de Lula representa uma esperança para o povo do campo e para a Reforma Agrária. Seguimos firmes, pelo direito à terra e pela justiça social”.

Bohn Gass (PT-RS) – “Hoje é Dia Nacional De Luta Pela Reforma Agrária. Veja números de famílias assentadas no Brasil, nos últimos governos: FHC = 540.704; Lula/Dilma = 747.777; Temer = 10.516 e Bolsonaro = 14.281. Como se vê, o golpe que levou Temer e Bolsonaro ao poder, também foi um golpe na Reforma Agrária”.

Camila Jara (PT-MS) – “Hoje é o Dia Internacional da Luta dos Trabalhadores do Campo e também completa 27 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, que assassinou 19 Trabalhadores sem-terra no Pará. A Reforma Agrária é urgente também para evitar que episódios como esse continuem se repetindo pelo País”.

 

Lorena Vale com agências

 

 

 

 

 

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