Vários parlamentares da bancada do PT na Câmara criticaram pelo Twitter a mais recente tentativa do governo Temer de ressuscitar a reforma da Previdência, parada desde a eclosão do escândalo da JBS que resultou em duas denúncias (arquivadas pela Câmara) contra o atual presidente por organização criminosa e obstrução de justiça, e também por corrupção passiva. A ação do governo foi rechaçada especialmente por usar o perdão de dívidas de grandes empresas rurais e urbanas como moeda de troca para aprovar medidas que atacam os direitos previdenciários dos trabalhadores.
Apresentada na última semana, a nova versão da reforma amplia a idade mínima da aposentadoria dos homens para 65 anos e das mulheres para 62 anos. A proposta estipula ainda o tempo mínimo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) — ou seja, ao INSS — em 15 anos. Quem cumprir esse prazo mínimo receberá apenas 60% do benefício. Para chegar a 100% do valor, além da idade mínima, será preciso contribuir por, no mínimo, 40 anos.
O líder da bancada do PT, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), lembrou que “85% da população é contra a reforma da Previdência. Mesmo assim, o governo de Michel Temer quer aprovar ainda neste ano essa reforma que acaba com direitos previdenciários. Nós vamos resistir! ”.
Para o deputado Décio Lima (PT-SC), líder da Minoria no Congresso, “Temer se aposentou com 54 anos e recebe mais de R$22 mil. Agora quer o fim da aposentadoria para o trabalhador”.
O deputado Helder Salomão (PT-ES) disse que “para garantir o apoio dos deputados da base aliada para a reforma da Previdência, Temer flexibiliza a fiscalização do trabalho escravo, perdoa dívida dos ruralistas, anistia as grandes empresas, compra parlamentares, etc. Golpes contra o povo”.
“Para latifundiários parcelamento e descontos em dívidas. Para trabalhadoras e trabalhadores arrocho e Reforma da Previdência. Este governo tem lado: ele é contra o povo”, protestou a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
Héber Carvalho e Layla Andrade