Os deputados petistas Maria do Rosário (RS), Luiz Couto (PB) e Marco Maia (RS) – todos integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara- defenderam nesta quinta-feira (6) a participação do procurador geral da República, Rodrigo Janot, no debate da denúncia contra Michel Temer, pela prática de corrupção passiva, que está sendo analisada pelo colegiado. No roteiro de trabalho anunciado pelo presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), está prevista apenas a participação do advogado de defesa de Temer.
“E se um deputado quiser fazer alguma pergunta à acusação, vai se dirigir a quem? Não será ao relator, porque ele não é parte do processo. Por isso estamos reivindicando a presença do procurador geral da República. Acreditamos que dessa forma será garantido o direito ao contraditório e a paridade de armas entre defesa e acusação”, argumentou Maria do Rosário.
Antes da reunião da CCJ desta quinta-feira (6), os deputados do PT se reuniram com o presidente do colegiado, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), para tentar convencê-lo a convidar Janot para falar sobre a denúncia contra Temer. Apesar do esforço, Pacheco não acatou o pedido.
Em entrevista à imprensa após o encontro, o relator do caso – deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) – disse que é importante dar o direito de defesa a Temer e garantir ao procurador-geral da República a oportunidade de fundamentar as razões que o levaram a oferecer a denúncia.
Como a vontade do relator e de outros deputados não foi acatada, o deputado Marco Maia questionou o presidente- já na reunião da CCJ- sobre a votação dos requerimentos da bancada do PT que convocam Janot, e outros envolvidos na denúncia. Em resposta, Rodrigo Pacheco prometeu que ainda hoje vai decidir se vai ou não colocar em votação.
Para o deputado Luiz Couto, a participação de Janot também seria uma boa oportunidade para responder alguns ataques às denúncias realizadas pela defesa de Temer.
“Depois que recebemos a defesa de Temer, que não defende nada, mas apenas desqualifica a atuação do Ministério Público, da Procuradoria Geral da República e da Polícia Federal, há necessidade da PGR vir aqui e contestar. Vamos lutar para ter a presença de Janot, após a leitura e antes do debate do relatório”, ressaltou.
Independentemente da convocação ou não de Janot e de outros envolvidos no escândalo- como Joesley Batista (JBS), Rocha Loures (ex-assessor de Temer) entre outros- o deputado Marco Maia ressaltou que a bancada do PT não desistirá da abertura do processo contra Temer no STF.
“Estamos convencidos de que as provas são contundentes. Nada vai nos demover da ideia de que deve ser iniciado o processo. Vamos lutar para que este relatório seja devidamente discutido, e depois seja encaminhado ao plenário para que os deputados autorizem a abertura do processo contra Temer”, afirmou.
Héber Carvalho
