Câmara “apunhala trabalhador” ao aprovar urgência da Reforma Trabalhista, diz Erika

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A deputada Erika Kokay (PT-DF) classificou como “total desrespeito” com a trabalhadora e o trabalhador brasileiro a aprovação nesta semana, pelo plenário, da urgência para a apreciação da chamada reforma trabalhista do governo ilegítimo de Temer. “Este Parlamento impediu que pudéssemos construir consensos na comissão especial, ou ainda que não se construísse consensos, fosse transparente e possibilitasse a população entender o que está acontecendo nesta Casa. A Câmara ficou de costas para a população e apunhalou os instrumentos de maior proteção do trabalhador e da trabalhadora deste País”, afirmou a petista.

Para a parlamentar do PT, a Câmara ao aprovar a urgência fez a opção de colaborar com o golpismo instalado no País. “Nós sabemos que o golpe não fica ensimesmado, ele vai esgaçando os tecidos que asseguram a democracia e o direito. Estamos vivendo, eu diria, o coração pulsante do golpe, que se iniciou e se expressou com a proposta de emenda à Constituição que limita os gastos das despesas primárias e que caminhou pela terceirização, caminhou pela Reforma Trabalhista e pela Reforma da Previdência”, disse.

Erika Kokay afirmou que nem a ditadura militar “ousou” descaracterizar a CLT. “E se fala em modernização? O que há de moderno em gestantes e lactantes poderem trabalhar em locais insalubres? O que há de moderno nisso? O que há de moderno em instaurar o ‘horismo’, ou seja, o trabalhador trabalhar por hora, ficar à disposição da empresa, mas apenas trabalhar a partir da necessidade da empresa, por 1 hora ou 2 horas, rasgando-se o salário mínimo, inclusive, porque ele só vai receber no dia, na hora em que ele trabalhar. O que existe de moderno nisso? Isso tira o repouso remunerado. O que existe de moderno em possibilitar que o trabalhador abra mão de metade do seu aviso prévio e de metade da multa por demissão sem justa causa, prevista neste País, ou de parte do FGTS? O que existe de moderno nisso? Isso cheira a senzala. Isso cheira a escravidão”, criticou.

“Num País em que temos um governo golpista que se nega a divulgar uma lista das empresas que exercem trabalho análogo à escravidão, em que ainda convivemos com a brutalidade e a literalidade da escravidão, rasgam-se direitos que representam o sonho e a luta de tantos brasileiros e brasileiras. Neste ano, acontece o aniversário de 100 anos da primeira greve geral deste País. No dia 28 de abril, seguramente, teremos uma greve que nos lembrará da história desse povo e nos lembrará de que nos colocaremos em movimento para assegurar tudo o que foi conquistado e que está sendo rasgado”, reiterou a deputada Erika Kokay.

Gizele Benitz
DIvulgação

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