Parlamentares da Bancada do PT na Câmara criticaram duramente, em pronunciamento no plenário, o anúncio do governo ilegítimo de Michel Temer de promover demissões e redução no número de agências do Banco do Brasil. Para os petistas, a intenção do governo golpista e ilegítimo de Temer é o desmonte da instituição, maior e um dos mais lucrativos bancos brasileiros.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) reiterou que o governo ilegítimo de Temer quer implementar uma política derrotada dos tempos de Fernando Henrique Cardoso. “No governo FHC houve a demissão de 41 mil funcionários do Banco do Brasil. O governo tucano de FHC deu um prejuízo ao banco de R$ 5,7 bilhões. Este governo de Temer quer destruir a Petrobras e o Banco do Brasil, mas não vamos permitir, porque este País precisa do Banco do Brasil, precisa da Petrobras, precisa de Estado para fazer um luto dos seus períodos traumáticos e da cidadania ao povo brasileiro”, disse.
Erika Kokay lembrou que durante os governos do PT, o Banco do Brasil foi fortalecido. Nos governos Lula e Dilma o lucro foi de R$ 117 bilhões no Banco do Brasil — 117 bilhões! — em contraposição a 5,4 bilhões de prejuízo durante o governo FHC. Nos governos Lula e Dilma, tivemos a contratação de 37 mil bancários e bancárias no Banco do Brasil. O banco se fortaleceu, assumiu o crédito popular. O banco cumpriu a sua função pública”, ressaltou.
Para o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), o governo Temer está fazendo uma política negativa, de desemprego, de desaceleração da economia. “Num momento de crise e de desemprego, os bancos públicos constituem-se em ferramentas ou em instrumentos que servem exatamente para se fazer uma política afirmativa, de crédito, para acelerar o processo econômico. Mas o que estamos assistindo é o anúncio de fechamento de inúmeras agências do Banco do Brasil. O comércio vai sofrer e desempregar. É uma sinalização perversa. Isso é um equívoco, é um erro!”, lamentou o petista.
Também o deputado Caetano (PT-BA) criticou o fechamento das agências do Banco do Brasil e afirmou que “está errada” a política econômica do governo ilegítimo do Temer. “Será que o presidente ilegítimo sabe o que é fechar uma agência de um banco, como o Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal, principalmente de uma cidade do interior de qualquer Estado, como o meu estado, a Bahia? Ao fechar a única agência da cidade, a população terá que se deslocar para outras cidades para fazer suas transações bancárias”, explicou.
“Eles agora ameaçam fechar agências do Banco do Brasil no País inteiro. Daqui a pouco, é a Caixa Econômica. O próximo passo será a privatização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. É por isso que eles estão vendendo o nosso pré-sal, a Petrobras. A política econômica deste governo não está dando certo e eles estão colocando os problemas da crise social e econômica no colo dos trabalhadores e das trabalhadoras do nosso país”, disse Caetano.
O deputado Marcon (PT-RS) manifestou indignação com a proposta de Temer. Ele informou que fará um requerimento pedindo explicações ao governo sobre o anúncio de fechamento de agências do Banco do Brasil. “Vamos pedir que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, venha à Comissão de Agricultura dar explicações sobre o fechamento das agências do Banco do Brasil. Mais de 400 agências serão fechadas e mais de 380 serão transformadas em postos. Essas agências têm um papel fundamental para o desenvolvimento do nosso País. Este é o primeiro passo deste governo ilegítimo e sem votos para privatizar o banco”, afirmou.
Outro parlamentar que lembrou o fortalecimento do Banco do Brasil nos governos do PT foi o deputado Nelson Pellegrino (PT-BA). “O Banco do Brasil e a Caixa, durante o Governo Lula, transformaram-se em uns dos maiores bancos do Brasil e levando, inclusive, justiça social à população. E agora, no governo Temer, essas instituições são desmontadas, para servir aos interesses dos grandes grupos econômicos. Essas instituições são fundamentais, inclusive para levar o desenvolvimento econômico e a justiça social à população. Não é à toa que o Presidente do Itaú, ontem, na reunião do Conselhão, disse que a legislação trabalhista era um impedimento no Brasil”, disse.
Na avaliação do deputado Padre João (PT-MG) isso representa um desdobramento do golpe parlamentar que retirou do poder a presidenta Dilma, eleita democraticamente. E mais, disse Padre João, o fechamento de agências do Banco do Brasil prejudica aos pequenos produtores. “Ficam prejudicados os assentamentos da reforma agrária, os quilombolas, os agricultores familiares. Foi um custo conseguir que os agricultores fossem recebidos como trabalhadores, de forma digna, no Banco do Brasil. Agora, só em Minas Gerais, 21 agências serão fechadas e 36 serão transformadas em postos. Isso está sendo feito para dificultar o crédito e favorecer os ruralistas. Os grandes têm condições de ir às agências-sede, mas é importante a capilaridade do Banco do Brasil”.
Gizele Benitz
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