Outros magistrados da “gangue do Paraná” que cometeram crimes na operação Lava Jato precisam sofrer sanções
O afastamento da juíza federal Gabriela Hardt e de outros juízes e desembargadores ligados à Lava Jato, pelo Conselho Nacional de Justiça, repercutiu no plenário da Câmara nesta terça-feira (16/4). O deputado Jorge Solla (PT-BA) parabenizou o CNJ pela punição a Gabriela Hardt. “Aquela do ‘copia e cola’ do Windows, que escandalizou a magistratura do nosso País, tomando medidas absurdas, junto com toda aquela gangue do Paraná de Sergio Moro, a quadrilha da Lava Jato, que destruiu a indústria nacional, que perseguiu o presidente Lula, que prendeu para impedir que ele fosse candidato, que assegurou a eleição daquele que foi o pior presidente da República que o Brasil já teve”, afirmou.
De acordo com a decisão do corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, a juíza Gabriela Hardt, o juiz federal Danilo Pereira Júnior e os desembargadores Carlos Eduardo Thompson Flores e Loraci Flores de Lima, ambos do TRF 4, burlaram a ordem processual, incluindo decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), violaram o código da magistratura e cometeram crime de prevaricação.
Jorge Solla disse ainda, na tribuna da Câmara, que tem certeza de que o Brasil assistirá a outras punições. “Não foi só a juíza Gabriela Hardt que foi afastada, não foi só o Deltan Dallagnol que teve seu mandato cassado. Sergio Moro, com certeza, também terá seu mandato cassado pelas arbitrariedades que cometeu, como abuso econômico e completa ilegalidade na forma com que conduziu a sua candidatura”, frisou.
O deputado espera que as apurações sejam feitas, porque a destruição de empregos, a destruição da indústria nacional, a destruição da indústria naval, a destruição da indústria da construção civil pesada, a destruição de centenas de milhares de empregos não pode passar impune para a história.
Juíza “copia e cola”
O deputado Tadeu Veneri (PT-PR) relembrou que Gabriela Hart é a juíza que substituiu Sergio Moro. “Ela é aquela que fez um ‘copia e cola’ quando decidiu condenar Lula no processo que ela entendia como sendo um processo vinculado ao crime, na opinião dela, realizado no sítio de Atibaia. Ela fez um processo tão malfeito que ficou conhecida como a juíza ‘copia e cola’. E, lá pelas tantas, ela estava condenando pelo tríplex, porque as palavras eram as mesmas. Ali ela já mostrava de fato o que era, o que fazia e como fazia”, criticou.
Veneri disse que, com o passar do tempo, as coisas acabam vindo à tona, inclusive a decisão tomada por Hardt de fazer com que uma multa de R$ 2,5 bilhões – essa multa deveria ser paga pela Petrobras nos Estados Unidos, mas foi acordado que seria paga no Brasil – e a juíza propôs que esta multa fosse simplesmente transformada em duas partes: R$ 1 bilhão e 250 milhões para uma fundação de direito privado (administrada sabe-se lá por quem) e R$ 1 bilhão e 250 milhões para eventuais ações de multas daqueles acionistas minoritários que se sentissem prejudicados pela empresa”.
A multa, explicou o deputado, era dinheiro público. “E ela (Hardt) quis, junto com o Ministério Público Federal do Paraná, transformar essa multa em algo que pudesse beneficiar uma entidade privada”, protestou. Tadeu Veneri disse ainda que o que chama a atenção é a demora para que a juíza fosse punida por aquilo que, obviamente, não poderia, em hipótese alguma, ter decidido, como cuidar de R$ 2,5 bilhões de dinheiro público, “transformando esse dinheiro em fins privados”.
“A Gabriela que se explique, assim como os demais lá do TRF-4, que leram 4 mil páginas em 24 horas. Eles que também se expliquem. Ou a lei é para todos ou não é para ninguém, inclusive para juízes que se consideram acima da lei”, conclui.
“Isso vai dar cadeia”
“Essa juíza não foi só afastada da operação Lava Jato, ela foi afastada da função de juíza, porque cometeu irregularidades profundas”, enfatizou o deputado Airton Faleiro (PT-PA). O parlamentar ressaltou que a juíza não foi punida porque tratou mal o presidente Lula em um interrogatório. “Ela e os outros desembargadores foram punidos porque meteram a mão em R$ 2,5 bilhões, uma operação vergonhosa, em que pegavam os recursos da Lava Jato e colocavam numa instituição do grupo. E é bom que se diga, não vai parar por aqui, isso vai dar cadeia. E essa cadeia não se limita a essa juíza, é para o grupo, inclusive para o Deltan Dallagnol e para o Sergio Moro, que participaram desse esquema de corrupção do dinheiro que era cobrado, que eram recursos retirados da operação Lava Jato”, previu.
Vânia Rodrigues