O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou, em debate na Comissão de Previdência e Assistência Social da Câmara dos Deputados na quarta-feira (31), que o objetivo da Pasta é retirar cada vez mais pessoas do mapa da fome. Ele defendeu ainda a reestruturação do Cadastro Único (CadÚnico), que é a porta de entrada para 32 programas sociais, entre eles o Bolsa Família.
“Nós vamos juntos, de novo, tirar o Brasil do mapa da fome e da insegurança alimentar e nutricional. Vamos reduzir o número de pessoas que estão na pobreza e ainda mais das que estão na extrema pobreza. Quero ter o privilégio de ano a ano vir a essa comissão e trazer notícias boas”, afirmou o ministro, que pediu que o País esteja em sintonia para caminhar nessa direção.
Segundo Wellington Dias, desde a criação do Bolsa Família, em 2004, a insegurança alimentar – condição em que a pessoa não consegue se alimentar pelo menos três vezes ao dia – migrou para a periferia das grandes cidades, chegando a 34% da população do Sudeste.
O deputado Carlos Veras (PT-PE) falou da importância do programa Bolsa Família. “A assistência social é uma política importante. O Bolsa Família não é só um programa de distribuição de renda, é muito diferente do que era o Auxílio Emergencial, por isso que a gente brigou muito pelo Bolsa Família, porque ele garante que a criança esteja na escola, ele garante que a criança esteja vacinada e salva a vidas”.
Políticas Públicas
O ministro explicou que a política de segurança alimentar e nutricional é ‘casada’, além da transferência de renda, com o programa de merenda escolar, garantia da rede de restaurante popular de cozinha solidária e um programa para reaproveitar alimentos e evitar o desperdício em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), estados, municípios, Ceasas de todo Brasil, empresas de distribuições de alimentos e atacarejos.
Outras políticas públicas contam com a transversalidade entre os ministérios e órgãos dos governos federais, estaduais e municipais para garantir o fim da fome, da educação, geração de emprego e renda.
“É muito importante que nós tenhamos esse diálogo com o MDA, com a agricultura familiar, o Consea, a Conab, tudo isso que está sendo feito no Brasil e em todos os ministérios a necessidade de se enfrentar essa realidade que destrói a própria cidadania que é a realidade da fome”, afirmou a deputada Erika Kokay (PT-DF).
O deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS) parabenizou a transversalidade entre as pastas. “O ministério é transversal, tem que dialogar com todos os setores, inclusive com o setor da indústria que gera emprego”.
“A dignidade dos seres humanos é que ela tenha um emprego, renda e que ela possa esperançar também os seus filhos para não ficar nesse ciclo da miséria que muitos convivem há muitos anos”, disse a deputada Ana Paula Lima (PT-SC).
CadÚnico
Segundo o ministro, o CadÚnico está sendo atualizado para que possa direcionar as políticas públicas e garantir que as pessoas que tenham direito estejam no cadastro e aqueles que não tenham, saiam. “O cadastro único eficiente e bem feito permite que a gente possa direcionar as várias políticas de forma assertiva e eficiente. Desejamos chegar ao final do ano com um cadastro eficiente”, projetou Wellington Dias.
Atualmente o CadÚnico tem 94,7 milhões de pessoas inscritas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) em 2022, mais de 62 milhões de brasileiros estavam abaixo da linha da pobreza. Desse total, quase 18 milhões vivem em extrema pobreza.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) pediu para que o ministério mantenha relações com as comunidades terapêuticas que são entidades privadas que realizam gratuitamente o acolhimento de pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas. “As igrejas fazem um trabalho de excelência, mas em todos os lugares têm os bons e tem os ruins. É muito importante a relação do ministério com as comunidades terapêuticas, porque elas exercem realmente um belíssimo trabalho”.
Lorena Vale com Agência Câmara