O líder da Minoria na Câmara Federal, deputado Alencar Santana (PT-SP), protocolou pedido de convocação do General Augusto Heleno, nessa quarta-feira (12), na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI). O deputado quer que o general explique seu suposto envolvimento com os atos bolsonaristas que degradaram as ruas de Brasília na noite do último dia 12.
Segundo reportagem publicada na Revista Fórum, um servidor da Polícia Federal (PF) que é lotado na Presidência da República acusa o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pelo serviço de Inteligência e pela segurança do presidente Jair Bolsonaro (PL), de estar por trás dos atos terroristas que apavoraram Brasília na última segunda-feira. O GSI é chefiado pelo general da reserva Augusto Heleno.
O denunciante disse ainda que a sequência de acontecimentos e a maneira como essas ocorrências vêm escalando, em termos de violência, são as “digitais” do pessoal de inteligência do GSI, assim como da orquestração de Jair Bolsonaro, que se envolve ativamente nos estímulos enviados a seus radicais seguidores.
“Isso é grave. Se isso se confirmar, prova-se que essa articulação vem de dentro do Palácio do presidente calado, omisso, incompetente, antipovo e desumano, com a participação de parte das Forças Armadas”, afirmou o parlamentar. Para Alencar Santana, o governo federal, diante de uma invasão à sede da Polícia Federal, não agir “é omissão, é uma atitude também criminosa”.
Na noite dessa terça-feira (13), no plenário da Casa, o líder da Minoria também condenou as manifestações antidemocráticas e violentas que vem acontecendo no País e principalmente em Brasília. “Quero aqui, mais uma vez, condenar e repudiar todas as manifestações antidemocráticas, violentas e criminosas que estão acontecendo no País. Ontem (segunda-feira) vimos mais uma demonstração delas”, criticou Alencar Santana.
Para o deputado, as manifestações são financiadas. Ele pediu a punição dos responsáveis. “Com certeza essas manifestações são financiadas. É preciso saber quem as financia, quem as banca, e punir os responsáveis, porque esses atos são antidemocráticos e criminosos e não podem ter qualquer tipo de respaldo, seja desta Casa, seja de outras instituições, como tribunais e forças de segurança”, ressaltou Santana.
O líder da Minoria também mandou um recado aos servidores da segurança pública do Brasil e pediu para que eles ajam conforme a lei, sem omissão. “Aos servidores da área da segurança, aos policiais, digo: ajam dentro da lei, nem a mais, nem a menos. Sem violência excessiva e sem complacência, independentemente do seu pensamento político, independentemente do seu voto; ajam em respeito ao cidadão, ao interesse público, ao Estado e à preservação da paz e da segurança. Aqueles que se omitem ou que incentivam têm que ser punidos”, defendeu.
Direito a livre manifestação
Alencar Santana defendeu o direito a livre manifestação, mas condenou os atos de violência e os crimes cometidos pelos manifestantes que colocaram fogo em ônibus de transporte público e carros particulares no centro de Brasília.
“O direito à manifestação é livre e tem que ser respeitado, não pode sofrer qualquer tipo de coação das forças de segurança, mas isso não assegura o crime e a violência. Por isso, nesse caso, as forças de segurança têm que agir, para proteger o cidadão, para proteger as pessoas. Imaginem as pessoas que ficaram ontem assustadas, desesperadas, com medo. Poderia ter saído uma vítima. Por quê? Estão protestando por que mesmo? Por nada. Por algo ilegal”, afirmou Alencar Santana.
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Lorena Vale