Petistas denunciam a herança maldita do governo Bolsonaro, criticam fila da aposentadoria e corte na educação

Fila INSS: Milhões de brasileiros abandonados pelo desgoverno Bolsonaro. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Deputado Bohn Gass. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O deputado Bohn Gass (PT-RS) denunciou na tribuna da Câmara, nesta terça-feira (29), o “escândalo”, “a herança maldita”, que está sendo visto agora com os trabalhos da equipe de transição do governo Lula. Ele chamou a atenção, especialmente, dos pensionistas e dos aposentados que têm direito à sua aposentadoria. “Há uma fila de 3 milhões de pessoas pedindo seu benefício. O governo reconhece 1 milhão, mas são 3 vezes mais, são 3 milhões de pessoas”, afirmou.

Na avaliação do parlamentar, o governo Bolsonaro é o pior exemplo mundial de gestão pública. “A administração é uma bagunça: não há planejamento, nem organização, nem controle. É tudo na base do compadrio, da improvisação e do “toma lá, dá cá”. Muita gente foi nomeada sem ter a menor ideia do que deveria fazer. É um escândalo o INSS”, protestou.

Bohn Gass explicou que na transição foi descoberta esta fila de 3 milhões de pessoas — bem longe do 1 milhão dito pelo governo. “Isto é gravíssimo, porque são pessoas que trabalharam a vida inteira e não conseguem se aposentar por causa da incompetência e/ou maldade deste governo. No meu entender, é intencional esta ação do governo Bolsonaro de não fazer o concurso público, de não nomear as pessoas, de não dar estrutura coerente para poder dar este direito, esta garantia para as pessoas que trabalharam a vida inteira”, criticou.

Cortes na educação

E hoje, continuou Bohn Gass, além de nós termos este escândalo de 3 milhões de pessoas na fila para poderem se aposentar, nós temos um outro escândalo. “O governo praticamente zerou os recursos dentro do Ministério da Educação: R$ 1,7 bilhão foi tirado da pasta. São R$ 244 milhões diretamente das nossas universidades; são os jovens, são os nossos filhos que precisaram ter direito a uma bolsa, a um estudo, uma permanência, a qualquer estrutura dentro das universidades para poderem permanecer nas instituições e, infelizmente, este recurso foi cortado no apagar das luzes, agora, no final do ano”, protestou.

Estes dois escândalos, segundo Bohn Gass, são apenas uma amostra do que “estamos herdando deste governo que envergonhou o Brasil no mundo, que privatizou e vendeu internamente a sua estrutura, que fez o povo voltar ao Mapa da Fome e que tirou das pessoas o seu direito à aposentadoria e, neste caso, o direito à educação”, conclui.

Destruição do BNDES

Deputado Zé Neto. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Ao falar do desgoverno Bolsonaro, o deputado Zé Neto (PT-BA) destacou as reuniões da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços que ele participou “e estou simplesmente impressionado com a tragédia que o Brasil vive às escondidas, como a destruição do BNDES”.

Ele relatou que acompanhou, hoje pela manhã, a apresentação de uma radiografia do que está acontecendo com o BNDES, do que vinha acontecendo com a Caixa, “do monte de artimanhas que eles estavam fazendo para viabilizar e facilitar a venda do Banco do Brasil, a dizimação do fomento público. Aliás, só aconteceu fomento no Brasil este ano por conta da eleição, e de forma desordenada”, criticou Zé Neto. E enfatizou ainda que é fundamental, que é hiperestratégico recuperar o fomento brasileiro.

“Nós precisamos e vamos fazer isso. O governo Lula vai ser um governo que vai estimular o fomento interno, que vai recuperar o BNDES, que vai dar cara à essa retomada econômica, produzir emprego, produzir renda, produzir riqueza e potencializar a proteção do mercado interno. Chega de entreguismo!”, pediu.

Indignação  

O deputado Jorge Solla (PT-BA) também usou a tribuna para manifestar a sua indignação com o desmonte do governo. “Mais uma vez venho aqui trazer a indignação do povo brasileiro com a destruição provocada pelo atual governo”. O deputado afirmou que nem os parlamentares desta Casa conseguiam ainda ter a dimensão do tamanho do estrago, do tamanho do descalabro, do tamanho do desmonte do Estado brasileiro “que essa tragédia chamada de governo Bolsonaro vinha perpetrando em nosso País”.

Jorge Solla alertou que a destruição ainda não acabou. Agora, denunciou o deputado, a destruição é da universidade, que segue a todo vapor. “Ontem, pasmem vocês, enquanto o povo brasileiro assistia ao jogo da sua Seleção e comemorava a vitória contra a Seleção da Suíça, o Governo Bolsonaro, ao apagar das luzes, cortava mais R$ 244 milhões das universidades federais. Como se não bastasse o bloqueio, na metade do ano, de R$ 438 milhões, agora cortam mais R$ 244 milhões protestou.

 

Vânia Rodrigues

 

 

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