O deputado Policarpo (PT-DF) afirmou nesta terça-feira (4) que existe exploração política em torno das reivindicações salariais dos policiais e bombeiros militares do Distrito Federal. A crítica foi dirigida à deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) durante audiência pública que debateu a questão da segurança pública no DF. Durante discurso, a parlamentar defendeu a realização da “operação tartaruga” como forma de pressionar o governo a atender as reivindicações de praças e soldados.
“É estranho ouvir as críticas de certas pessoas, quando sabemos que políticas equivocadas tomadas por governos passados contribuíram para o aumento da violência no DF”, afirmou Policarpo. O pai da deputada, o ex-governador Joaquim Roriz, é acusado de estimular o inchaço populacional do DF com a adoção da política pública de distribuição de lotes na década de 1990. Ainda, de acordo com Policarpo, o uso eleitoral de reivindicações “causam insegurança e sofrimento a população”. “Vamos deixar para resolver a questão eleitoral em outubro, nas urnas”, destacou Policarpo.
Já a deputada Erika Kokay (PT-DF), avaliou que outras questões também devem ser debatidas. “Temos que modernizar o código de conduta da PM, instrumento arcaico usado para punir os policiais, e reestruturar a carreira, para que policiais não passem mais de 10 anos na mesma função”, sugeriu.
Os parlamentares petistas também defenderam a negociação entre o governo do Distrito Federal, policiais e bombeiros militares como forma de atender as reivindicações dessas corporações. “Mas sem operação tartaruga. Isso é penalizar a população”, observou Policarpo.
GDF- Representando o governo, o Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, disse que o poder local já está negociando com os policiais e bombeiros militares. Segundo ele, a operação tartaruga deflagrada por entidades que representam as categorias prejudicaram a continuidade da redução dos índices de violência verificada nos últimos meses do ano passado.
Segundo o secretário, em 2013 o DF saiu do ranking das 50 zonas metropolitanas mais violentas do mundo. Pesquisa da ONG mexicana Conselho Cidadão Para a Segurança Pública e Justiça Penal, aponta que 16 cidades brasileiras figuram nesse ranking. Entre elas a cidade de Aracaju, que ocupa o 16º lugar com 34 homicídios por 100 mil habitantes. Em dezembro de 2013, o DF reduziu esse número a 25 mortes por 100.000.
Avelar disse ainda que em 2013 também houve queda nos índices de outras modalidades de crimes. O latrocínio (roubo seguido de morte), por exemplo, caiu 47%. Já a redução no número de sequestros relâmpagos chegou a 36%.
“Isso não nos tranquiliza, mas mostra que houve um decréscimo nos índices de violência no DF no ano passado, mas que aumentou em 2014 por conta da queda de produtividade causado pela insatisfação dos policiais”, apontou.
Héber Carvalho