Petistas defendem leis de incentivo à cultura e criticam farra de recursos públicos em shows de sertanejos bolsonaristas

Deputado Padilha destaca que projetos como Pombas Urbanas, em São Paulo, precisam de apoio e incentivo cultural. Foto: Reprodução YouTube/Spressosp

Deputado Alexandre Padilha. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Apoio à cultura brasileira com a derrubada dos vetos de Bolsonaro às leis de incentivo ao setor – Lei Paulo Gustavo e Lei Aldir Blanc 2 – e críticas aos sertanejos bolsonaristas que receberam cachês milionários com recursos públicos, foi tema dos discursos dos deputados Alexandre Padilha (PT-SP) e Rogério Correia (PT-MG) nesta terça-feira (31). A apreciação dos vetos está prevista para sessão do Congresso desta quinta-feira (2).

Padilha pediu a mobilização dos trabalhadores e dos usuários da cultura e dos gestores culturais para a derrubada dos vetos, que ele considera ser mais um ato cruel do presidente Bolsonaro contra a cultura brasileira. “Bolsonaro já fez vários atos contra a nossa cultura. A começar, extinguiu o Ministério da Cultura. Depois, teve posturas contrárias a um conjunto de políticas de fomento à cultura desenvolvidos por nós. Esta semana mesmo, nós estamos vivendo uma situação que passou a ser ridícula, de cantores bolsonaristas que resolveram fazer uma crítica à Lei Roaunet”, criticou.

O deputado do PT paulista destacou que nesta semana os bolsonaristas foram descobertos com uma “verdadeira farra de recursos públicos” sem licitação. “Ocorrem esquemas junto aos municípios, inclusive, com recursos do chamado orçamento secreto, que é o mecanismo de Bolsonaro para manipular o Congresso Nacional, para manter a sua base, que é uma base anticultura”, denunciou.

Deputado Rogério Correia. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Derrubar vetos às leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc

Por isso, na avaliação do deputado Padilha, é importante derrubar o veto à Lei Paulo Gustavo e à Lei Aldir Blanc, para que se possa continuar fomentando projetos culturais Brasil afora. “Não queremos os projetos do esquema da farra, sem licitação, com prefeituras, de shows, de cantores que fazem discurso contra a Lei Rouanet. Precisamos de projetos como Pombas Urbanas, que fica no extremo da Zona Leste da cidade de São Paulo, um galpão cultural; projetos como o de mestres da capoeira, que conheci neste fim de semana no M’Boi Mirim, fundão da Zona Sul; projetos desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Cultura de Diadema, de Mauá; projetos que fomentam a economia da cultura, o papel dos trabalhadores, da turma da técnica da cultura”, defendeu.

Padilha enfatizou que a cultura alimenta a alma, recria as nossas identidades, estabelece uma forma crítica de ver o mundo, inclusive, o governo Bolsonaro. “Acima de tudo, também gera empregos, renda para trabalhadores e trabalhadoras que precisam muito do fomento político-cultural. Vamos derrubar o veto à Lei Paulo Gustavo e à Lei Aldir Blanc aqui no Congresso”, afirmou.

Sertanejos bolsonaristas

O deputado Rogério Correia citou o sociólogo Jessé Souza e o seu livro “A elite do atraso”. “Eu me lembrei dele depois de ver a mamata dos artistas sertanejos bolsonaristas. Agora dá para entender por que eles ficavam falando: ‘E o PT e a Lei Rouanet?’ Até CPI fizeram contra a Lei Rouanet. Agora dá para entender. Trata-se da cultura do latifúndio, da cultura das vaquejadas, da exploração ambiental, da exploração minerária, do extrativismo agropop que eles alardeiam por aí, tudo a custos de bagatela, tipo R$ 1,2 milhão de cachê numa cidade do interior de Minas Gerais de 17 mil habitantes, que é em Serro. Imagina um R$ 1,2 milhão de cachê numa cidade daquela!”.

Rogério Correia disse que a Lei Rouanet pode não ser perfeita, “mas, com certeza, essa imoralidade bolsonarista não existia. Então o que existia era contra a cultura que A elite do atraso fazia. Jessé Souza tem razão”, afirmou.

E agora, observa o deputado mineiro, isso se desmancha como um castelo de areia. “E agora desmancha no ar essa baboseira antilei Rouanet. Agora nós estamos vendo como é que eles arrumavam o cachê. Temos que perguntar agora: e o cachê, quanto custou Zé Neto? Quanto custou, Gusttavo Lima? Não adianta chorar agora”, ironizou Rogério Correia, ao questionar se eles estão devolvendo o dinheiro, “porque quem está pagando caro por shows, com dinheiro de impostos, é o povo.

Rogério Correia disse que “essa farra” tem algo a ver também aqui com a Câmara, “porque são emendas esquisitas que aparecem para esses shows, emendas de orçamento paralelo, de orçamento secreto. Sabe-se lá o que está atrás disso, rachadinhas, divisão dos cachês”, ironizou. Ele ainda argumentou que o fato merecia uma investigação, uma CPI da contracultura bolsonarista, “que tem um conteúdo neofascista, antiambiental, conteúdo das mineradoras e do agronegócio”, denunciou.

 

Vânia Rodrigues

 

 

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