Parlamentares da Bancada do PT na Câmara se revezaram na tribuna nesta terça-feira (21) para comentar a vergonha que o presidente Jair Bolsonaro fez o Brasil passar hoje, ao proferir um discurso mentiroso e negacionista na abertura da Assembleia-Geral da ONU. A voz unanime dos petistas é a de que “chega!”. E é hora de reforçar as mobilizações pelo impeachment de Bolsonaro, a começar pelos atos que estão marcados para acontecer em todo o País no dia 2 de outubro.
Na avaliação do líder da Bancada, deputado Elvino Bohn Gass (RS), a presença de Bolsonaro na ONU, contando mentiras foi um desastre, uma vergonha para o Brasil. “Por isso, em todos os sentidos, no momento em que o povo está mais pobre, os preços são elevadíssimos, a economia não anda, gente ainda está morrendo, porque o governo não tratou do tema da vacina, é mais do que justo que a população faça grandes mobilizações e que nós estejamos juntos nas mobilizações do dia 2 de outubro no Brasil afora com o Fora Bolsonaro!”, enfatizou.
Bohn Gass reforçou que todas as entidades que defendem a democracia, todas as pessoas que querem o Brasil soberano precisam estar lá junto com as centrais sindicais, frentes populares, partidos de esquerda, partidos de centro também. “Todos aqueles que defendem a democracia contra o autoritarismo que o governo Bolsonaro está querendo impor no Brasil, que defendem uma pauta do povo, que é exatamente condição de vida, qualidade de vida, emprego, e são contra a carestia dos preços precisam estar nessa mobilização”, conclamou.
Para o deputado Henrique Fontana (PT-RS), a participação do presidente na ONU mostra mais uma vez aquilo que a ampla maioria do povo brasileiro já sabe: “o Brasil está desgovernado e é urgente e inadiável, a abertura do processo de impeachment na Câmara Federal do nosso País”.
Fontana reforçou que é absolutamente inaceitável a postura do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), “que continua de forma monocrática protegendo Bolsonaro a despeito das evidências que se multiplicam de crimes de responsabilidade muito bem tipificados, dezenas deles”. Ele citou que o Brasil vive e enfrenta o seguinte momento: uma crise econômica brutal, desemprego, inflação descontrolada, consequências e o impacto da maior crise sanitária de toda a sua história, que nos leva até este momento a ter infelizmente mais de 590 mil mortos. “No entanto, desses 590 mil, pelo menos 400 mil vidas poderiam ter sido salvas, não fosse a absoluta irresponsabilidade, dentro desse conjunto de irresponsabilidades, e a negação com que o presidente Bolsonaro conduziu sua política em relação às vacinas”, denunciou.
O deputado ainda citou a cena lamentável, de Bolsonaro, diante do Primeiro-Ministro britânico, que ressaltava o papel das vacinas e dava o seu próprio exemplo como vacinado duas vezes. “Mais uma vez Bolsonaro preferiu o deboche e a irresponsabilidade. Assumiu, publicamente, como único Chefe de Estado presente na Assembleia-Geral da ONU, que não se vacinou. Isto mostra bem o tamanho da irresponsabilidade e do despreparo de quem hoje, infelizmente para todos nós, dirige o Brasil”, lamentou.
2 de outubro
Henrique Fontana aproveitou para convidar os brasileiros democratas para participarem das manifestações que ocorrerão em todo o País no dia 2 de outubro pelo impeachment de Bolsonaro. “Precisamos garantir o impeachment de Bolsonaro para retomarmos o futuro do País nas nossas mãos, nas mãos da maioria. Falo de um futuro do País com esperança de solução para os problemas reais do povo brasileiro, esperança de novos empregos, de novos programas sociais, de salários melhores, esperança de um SUS retomado e requalificado. Este é o caminho. E para este caminho nós temos que ir às ruas no dia 2 de outubro. Aí sim, de forma democrática, livre, exigindo a abertura do processo de impeachment na Câmara Federal e o impeachment de Bolsonaro”, reforçou.
Ao falar do vexame e das mentiras de Bolsonaro na ONU, o deputado José Guimarães (PT-CE) também reforçou a importância das manifestações do dia 2 de outubro. “Estaremos nesse momento forte do dia 2 de outubro nas ruas para dizer: Impeachment, já! Isso é o mínimo que este País, este Congresso tem que fazer nesse período de agravamento da crise social, econômica e moral que vive o nosso País. Fica aqui a nossa conclamação para que no dia 2 de outubro ocupemos as ruas, para pedir ao povo brasileiro que pressione o Congresso Nacional. Não há outra saída para o Brasil que não seja o afastamento de um governo que tem cometido todo tipo de crime e que não merece nenhuma consideração por parte das Nações Unidas”, afirmou.
Na avaliação do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a participação de Bolsonaro na ONU mostra que para o Brasil só resta um caminho: o impeachment do Presidente da República. “Nós temos que garantir que esse presidente da República seja afastado pelos inúmeros crimes que praticou. Vejam o que ele defendeu em Nova York, imunidade de rebanho! Quanta vergonha nós passamos, nos dias de ontem e de hoje, na ida do presidente da República para Nova Iorque, que fez um discurso mentiroso. A fake news maior foi quando ele disse que protege o meio ambiente. Desta tribuna, eu digo: nunca um presidente da República foi tão conivente com o desmatamento quanto o atual presidente da República. Ele é um dos grandes responsáveis pela destruição da Amazônia”, denunciou.
E o deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) disse que o Brasil que o Bolsonaro apresentou na ONU e que faz o País passar vergonha está com os dias contados. “Ou ele (Bolsonaro) sairá, por força desta Casa, pelo impeachment, por força da rua, do povo que vai se manifestar novamente com força no dia 2 de outubro e no dia 15 de novembro, ou com certeza sairá pelas urnas em outubro do ano que vem, para que o Brasil volte a ser o País tão grande, tão respeitado pelo mundo inteiro como foi na época do presidente Lula!”, afirmou.
O deputado Vicentinho (PT-SP) também destacou a importância da participação do povo brasileiro nas manifestações que vão ocorrer no próximo dia 2 de outubro, pelo impeachment de Bolsonaro.
“Estaremos com o movimento sindical, com os movimentos populares, em defesa dos direitos da classe trabalhadora, em defesa de vacina para todos, em defesa de um seguro desemprego que resolva efetivamente o problema da dignidade da nossa gente, contra o ódio, contra o preconceito e em defesa do Estado Democrático de Direito”, afirmou.
Festival de horrores
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) enfatizou que a Assembleia-Geral da ONU é um momento ímpar para os chefes de Estado, para aqueles que têm compromisso com a verdade, que levam para aquela plenária posições históricas que podem mudar comportamentos. “Pela primeira vez, o mundo assistiu a um festival de horrores. Bolsonaro mentiu várias vezes para diversas nações. Bolsonaro faltou com a verdade quando ele criou um País das maravilhas, quando ele negou a realidade do Brasil e do mundo que, de fato, precisa de uma convergência contra as desigualdades, contra o megacapitalismo oligopolizado, temas que importam às nações; mas não falar em tratamento precoce, negar a inflação de dois dígitos, mentir para o mundo, porque o seu governo é um dos mais corruptos, e a sua família sempre fez corrupção”, afirmou.
O deputado Helder Salomão (PT-ES) também considerou que o que se viu hoje no discurso de Bolsonaro foi verdadeiro vexame, “uma vergonha mundial, desrespeito ao povo brasileiro e aos povos de todos os países, porque o Presidente exibiu mais uma vez, desta vez na Assembleia-Geral das Nações Unidas, uma lista de mentiras, como se ele estivesse falando para os seus seguidores no cercadinho cotidiano que viraram as suas aparições no Palácio da Alvorada, em Brasília”, criticou.
Helder Salomão enfatizou que Bolsonaro mentiu sobre a corrupção, “porque sabemos que ele e sua família estão envolvidos em corrupção, além de membros do seu Governo”. Frisou que ele mentiu quando disse que governadores e prefeitos são responsáveis pelo fracasso no enfrentamento da pandemia. Mentiu sobre a economia, porque o Brasil caminha para o caos econômico e social, com o desemprego e a fome. Mentiu sobre o meio ambiente, porque sabemos que o que ele disse é exatamente o contrário. “Ele quer destruir e entregar a Amazônia aos grileiros e mentiu sobre a pandemia e teve a coragem de dizer que não se vacinou nem vai se vacinar!”, protestou. E conclamou: “Portanto, vamos às ruas fortalecer a nossa luta, porque não dá mais!”.
Também se manifestaram sobre as mentiras de Bolsonaro ONU os deputados do PT: Airton Faleiro (PA), Arlindo Chinaglia (SP), Frei Anastácio (PB), Jorge Solla (BA), Joseildo Ramos (BA), Leo de Brito (AC), Nilto Tatto (SP), Odair Cunha (MG), Professora Rosa Neide (MT) e Zeca Dirceu (PR).
Vânia Rodrigues