Parlamentares da Bancada do PT protestaram na tribuna da Câmara nesta quarta-feira (1º) contra a política economia do governo Bolsonaro e também para criticar o aumento da tarifa de energia, anunciado na noite de ontem pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O deputado Leo de Brito (PT-AC) destacou que os brasileiros já vêm sofrendo com os inúmeros aumentos na conta de energia e com a incompetência do governo Bolsonaro. “Um governo que tinha e tem instrumentos para prever uma crise hídrica, que tinha instrumentos para fazer a prevenção para que nós não chegássemos aonde nós estamos chegando. E, assim como fez com a pandemia do coronavírus, negou a existência do problema, jogou o problema para debaixo do tapete, e um apagão está por vir”, alertou.
Leo de Brito enfatizou que o governo Bolsonaro é o governo do apagão. “É o governo do apagão na saúde, porque nós já temos mais de 580 mil mortos com a pandemia do coronavírus e uma corrupção endêmica lá no Ministério da Saúde. É o governo do apagão na economia, que não cresce, pelo contrário, nós estamos vendo aí 15 milhões de desempregados, 6 milhões de desalentados, 33 milhões de subutilizados e as pessoas sofrendo com sucessivos aumentos na conta do gás, dos alimentos, dos combustíveis e da energia, como foi anunciado ontem”, lamentou.
O deputado do PT do Acre citou ainda que o País vive o apagão social. “As pessoas estão passando fome. Nós estamos vivendo um apagão na educação. Olhe a penúria que está acontecendo hoje nas universidades federais. Então, esse é o governo do apagão, da incompetência”, reforçou e acrescentou que para tirar de vez essa história de apagão do nosso País, “há uma luz no fim do túnel, e essa luz é tirarmos imediatamente o presidente Bolsonaro do poder”.
Economia em colapso
O deputado Henrique Fontana (PT-RS) destacou o enorme empobrecimento que a ampla maioria dos brasileiros está vivenciando, o desemprego crescente no País e a inflação cada vez mais descontrolado. “A grande verdade é que a economia brasileira está entrando em colapso com o desgoverno Bolsonaro e Paulo Guedes (ministro da Economia). Não há um plano de desenvolvimento nacional, não há ações do governo no sentido de controlar e regular a explosão de preços que o Brasil vivencia. Todos os dados que estão nos jornais de hoje e desta última semana indicam estes sinais claros de colapso na economia brasileira”, afirmou.
Fontana também criticou o aumento do valor da conta de energia elétrica de todos os brasileiros, o racionamento de energia elétrica, lembrando que esse cenário é praticamente a antessala de um apagão num momento em que o País vive uma recessão econômica profunda. “A atividade econômica no Brasil está extremamente reduzida, e mesmo assim o governo Bolsonaro conseguiu gerar um pré-apagão, aumento do valor das tarifas de energia e racionamento de energia”, criticou.
O parlamentar gaúcho citou ainda que o orçamento para o próximo ano traz aumento zero para o salário mínimo. “Haverá apenas reposição da inflação, mas não sei qual é o cálculo de inflação, porque aumentam o salário mínimo 6,5%, enquanto o feijão, o arroz, os combustíveis, o gás de cozinha e o óleo de soja têm aumentos de 40%, 50%, 60%, 70%. Como o salário mínimo recebe um aumento de 6,5%?”, indagou.
A conclusão do deputado Fontana é de que a ampla maioria do povo brasileiro se torna a cada dia mais pobre. “Os milhões de desempregados entram em desespero porque não há perspectiva de conseguir emprego. Milhões são jogados no emprego precário sem direitos e com salários baixíssimos de hiperexploração da mão de obra no País. Bolsonaro tornou o Brasil um País ingovernável. Nós estamos vivendo uma espécie de fim de feira, colapso na economia. E é preciso retirar Bolsonaro do governo o quanto antes para proteger nosso País”, defendeu.
Indignação e desafio
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) ao se indignar com a situação econômica do País, citou a inflação alta puxada, entre outras coisas — e especialmente —, por alimentos, combustíveis, energia; e se a isso se soma o brutal nível de desemprego que é recorde na série histórica, mais os desalentados, mais aqueles que não conseguem trabalhar a jornada que gostariam. “E se nós analisarmos aquilo que tem sido as doações, apelidadas de vendas, das nossas estatais, eu acho que merece toda a nossa indignação”, afirmou.
Chinaglia também falou do baixo crescimento da economia e do valor do salário mínimo para 2022. “Pelos rápidos cálculos que fizemos, se nós calcularmos a inflação entre 8% e 9% essa correção de 6,27% não cobrirá de novo o Índice de Preços ao Consumidor Acumulado”, criticou. “Portanto, eu desafio aqueles que apoiam o governo a apresentar um plano de desenvolvimento econômico, a apresentar um plano factível de geração de empregos, a apresentar um plano para que nós consigamos evitar, eu diria, mortes ainda que estão num processo de pandemia e que vão ocorrer”.
Grave crise econômica e social
O deputado Valmir Assunção (PT-BA) também destacou a grave crise política, econômica e social do País. “Cada vez mais a crise aumenta, há sinais de que a inflação está crescendo, o desemprego aumentando, a fome batendo à porta das pessoas. O presidente da República tem de cuidar do povo brasileiro, algo que ele não sabe como fazer, porque ele é incompetente, porque ele não gosta de gente, não gosta do povo. E nós precisamos resgatar a esperança da nossa gente. Nós precisamos de um presidente que gere emprego, que resolva o problema da economia e que, ao mesmo tempo, crie desenvolvimento”, argumentou.
Valmir Assunção lembrou ainda que o presidente Bolsonaro quer acabar com o Bolsa Família, “que é a esperança de muita gente neste Brasil”. “Nós não podemos concordar com isso! Não podem ser coniventes com Bolsonaro. Nós não vamos aguentar viver durante todo o ano de 2022 com o Bolsonaro governando. Ele já destruiu o Brasil e vai afundá-lo mais ainda. Vemos isso no preço do arroz, do feijão, da energia, do gás. Ou seja, a carestia é uma realidade no nosso País. Bolsonaro não tem mais condições de ser o presidente do Brasil, impeachment já!”, defendeu.
Vânia Rodrigues