A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) neste 25 julho, dia em que se comemora o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha, lembra que de acordo com a ONU dos 25 países com os maiores índices de feminicídio em todo o mundo, 15 ficam na América Latina e no Caribe, onde as mulheres negras são as maiores vítimas da violência obstétrica, do abuso sexual e do feminicídio. “Situação essa que acontece no Brasil, diante do desmonte da política de gênero”, lamenta, afirmando que, “inspirado por Tereza de Benguela, celebramos a nossa força. Somos de luta, somos resistência”.
Benedita afirma ainda que o racismo estrutural dificulta diariamente a representatividade da mulher negra nos espaços de poder e amplia a desigualdade social e econômica entre mulheres negras e mulheres e homens brancos no mercado de trabalho. “Por esses e muitos outros motivos o dia 25 de julho é oficialmente uma data de luta em defesa de políticas para as mulheres negras”, completa.
Em vídeo divulgado em suas redes sociais, Benedita exalta Tereza de Benguela, Dandada, Maria Filipo, Luísa Mahin, Lélia Gonzales e todas as mulheres negras “que nos trouxeram até aqui”.
Nas redes sociais
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), também usou sua rede social para destacar o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha. “Lutamos por um Brasil onde a mulher negra ocupe papéis centrais na política, nas universidades, no serviço público, na ciência e em todos os espaços que ela quiser. Como diz Angela Davis, ‘Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela””, afirmou Gleisi, em seu instagram.
Também em sua conta no Twitter, o deputado José Guimarães (PT-CE) destacou a data. “A luta e força da mulher negra são marcas da América Latina! Viva Tereza de Benguela, líder quilombola pelo fim da escravidão”.
A luta e força da mulher negra são marcas da América Latina! ✊🏽✊🏾✊🏿 Viva Tereza de Benguela, líder quilombola pelo fim da escravidão. pic.twitter.com/2vvwwOpE1l
— José Guimarães (@guimaraes13PT) July 25, 2021
Histórico
A data surgiu em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres negras latino-americanas e caribenhas, realizado na República Dominicana, onde reuniram-se mulheres de dezenas de países da região. Foi criada também a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas. A data surge com a finalidade de dar visibilidade à presença da mulher negra, indígena e de comunidades tradicionais, discutir temas relativos à sua condição de vida, a denúncia do racismo e o sexismo, constituindo-se no marco internacional da luta e resistência destas mulheres.
A data é considerada um marco para reiterar a história de resistência e a luta das mulheres negras.
No Brasil
Já no Brasil, o dia passou a ser comemorado desde 2014, durante o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff. Em território brasileiro, esse dia também presta uma homenagem para a líder quilombola Tereza de Benguela, mulher que se tornou heroína para o povo negro do País, principalmente para as mulheres.
Durante o período da escravidão, após a morte do marido, a Rainha Tereza — como ficou conhecida — liderou o Quilombo de Quariterê, localizado no atual estado do Mato Grosso. Ela comandou uma comunidade de três mil pessoas, unindo negros, brancos e indígenas para defender o território onde viviam. Cuidou da estrutura política, econômica e administrativa da comunidade, criou uma espécie de parlamento e reforçou a defesa do Quilombo com armas adquiridas a partir de trocas ou deixadas após conflitos. Tereza resistiu até 1770, quando foi presa e morta pelo Estado.
Inspirado por Tereza de Benguela, celebramos a nossa força no dia 25 de julho – Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha. Somos de luta, somos resistência! ✊🏿 pic.twitter.com/0WC4EZSi7m
— Benedita da Silva (@dasilvabenedita) July 25, 2021
Vânia Rodrigues