Logo no primeiro dia de sessão de 2021, nessa terça (9), a Liderança da Minoria na Câmara encabeçou duas ações contra o governo Bolsonaro na Procuradoria-Geral da República: um ofício solicitando medidas a respeito da redução dos leitos e uma representação para impedir a distribuição indevida de cloroquina e hidroxicloroquina. Além do líder do bloco, o deputado José Guimarães (PT-CE), assinam os documentos os líderes dos partidos Enio Verri (PT-PR), Daniel Cabral (PSB-PE) e Talíria Petrone (PSOL-RJ).
As ações destacam que o Brasil não teve uma campanha massiva de testagem, como ocorreu em outros países do mundo, e lembram que o presidente ridicularizou a pandemia em diversos momentos, chamando-a de “gripezinha” e quebrando protocolos inúmeras vezes, não usando máscara ou criticando o isolamento social.
Denúncias
Na última sexta (5), o El País publicou uma matéria que aponta a redução drástica no número de leitos de UTI custeados pelo Ministério da Saúde no exato momento em que a pandemia volta a se agravar no Brasil e que já tem como efeito o colapso da rede pública de Manaus (AM) e a lotação superior a 80% da capacidade em outras oito capitais.
Segundo o presidente do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais da Saúde (Conass), Carlos Lula, ouvido pela reportagem, o número de leitos financiados com participação federal era de 7.717 leitos vigentes até o no mês passado, em fevereiro são apenas 3.187, além de 13.045 que estão sem habilitação federal.
“Chegamos a ter 17.000 leitos [..] É como se o Ministério dissesse que, agora, estados e municípios terão que manter sozinhos a assistência”, conta o responsável pelo órgão que também é secretário de Saúde do Maranhão, preocupado com a falta de leitos chegar ao limite em todas as regiões.
Já a Folha de S. Paulo, no sábado (6), denunciou que Bolsonaro vem mobilizando, pelo menos, cinco ministérios, uma estatal, dois conselhos da área econômica, Exército e Aeronáutica para difundir a cloroquina e a hidroxicloroquina como suposto tratamento precoce contra a Covid-19.
Diversos experimentos científicos realizados até agora comprovaram que as drogas não possuem eficácia contra a doença e ainda oferecem risco de morte aos pacientes. Quase 6 milhões de comprimidos já foram distribuídos por essa política governamental irresponsável e assassina, a maior parte deles para as regiões Norte e Nordeste.
Em plena crise pela falta de oxigênio que levou Manaus ao caos, a resposta imediata do governo foi enviar 120 mil unidades dos medicamentos.
Assessoria de Comunicação