“Esses números são absurdos. É preciso instaurar, com urgência, uma CPI para investigar esses gastos”, declarou o deputado federal Helder Salomão (PT-ES), ao protocolar na Câmara Federal, um pedido de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apurar os mais de R$ 1,8 bilhão gasto pelo Governo Federal com compras de produtos como leite condensado, para órgãos do Poder Executivo.
A lista de alimentos foi divulgada pelo Painel de Compras do Ministério da Economia e nela constam gastos de R$ 15,6 milhões com leite condensado, R$ 16,5 milhões com batata frita embalada, R$ 13,4 milhões com barras de cereais, R$ 21,4 milhões em iogurte natural, R$ 2 milhões em chicletes entre outros. Essas compras foram realizadas em 2020. Coincidentemente, após divulgação dos gastos pela imprensa, o portal do Ministério da Economia que apresenta as compras governamentais saiu do ar.
Indignação
O parlamentar capixaba recebeu a notícia com indignação, pois “nada justifica” despesas tão altas com itens “supérfluos”. O deputado enfatizou o momento de crise sanitária e econômica que o País atravessa “com a falta de ações corretas por parte do presidente”, os cortes de verbas realizados pelo governo em áreas caras para a população como a saúde, por exemplo, e toda a necessidade que grande parte da população brasileira está passando.
“O Brasil está atravessando uma de suas maiores crises. Desemprego altíssimo, cortes de verbas para áreas essenciais como saúde e educação, pequenos empreendedores quebrando por falta de suporte do governo, o País de volta ao mapa da fome e o Ministério da Economia apresenta gastos absurdos com compra de chicletes?”, questionou Salomão.
No documento em que faz o pedido oficial de abertura a “CPI do Leite Condensado”, Helder Salomão justifica que “pelos valores que foram divulgados, há indícios de que o custo unitário dos produtos adquiridos foi superior ao praticado no mercado, o que por si só, já enseja a necessidade de rigorosa investigação para apurar se houve ou não superfaturamento”.
Salomão defende ainda que “devemos utilizar este instrumento legislativo para fazer valer o dever constitucional desta Casa de fiscalização e apurar se houve ou não irregularidade nestes gastos. Para o bem da democracia, não pode haver suspeitas, desta natureza, sobre qualquer um dos poderes, em especial sobre o Poder Executivo”.
Assessoria de Comunicação