O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) criticou a situação socioeconômica que o Brasil enfrenta, ao deixar milhões de trabalhadores sem perspectiva, com as políticas nefastas do governo ultraliberal de Jair Bolsonaro. Uma situação caótica criada pelo governo federal. O discurso do líder na Minoria no Congresso foi durante a sessão virtual da Câmara dos Deputados, nessa terça-feira (29).
Zarattini também criticou as últimas propostas apresentadas pelo governo, como as que acabam com o abono do PIS/PASEP, Farmácia Popular, além de congelar aposentadorias e a dificuldade de implementar o programa de Renda Básica. Além da nova proposta de utilizar uma parte dos recursos do Fundeb, que já foi rejeitada pelo Congresso Nacional; e utilizar recursos de pagamentos de precatórios para custear o Renda Básica.
“O governo bate cabeça porque não quer resolver da forma como tem que ser resolvida, ou seja, fazer uma tributação dos mais ricos, tributar aqueles que têm mais, os bilionários deste País, fazer a tributação sobre lucros e resultados, sobre as grandes fortunas, sobre as grandes heranças, para daí vir recursos. E, evidentemente, excepcionalizar o teto de gastos para que se faça esse programa de renda”, afirmou o líder da Minoria.
Zarattini garantiu que os deputados do PT não vão aceitar acabar com os direitos conquistados pelos trabalhadores e pela educação brasileira. “Não queremos e não vamos aceitar congelamento de aposentadoria. Não vamos aceitar que se deixe de pagar precatório. Não vamos aceitar que não haja dinheiro para a educação pública, que, depois de tanto tempo, aprovamos aqui nesta Casa”.
R$ 600 até o fim
Carlos Zarattini também cobrou que o Congresso Nacional análise o requerimento apresentado pela oposição para que seja antecipada a votação da Medida Provisória (MP 1000/20), emitida por Bolsonaro, que corta o auxílio emergencial pela metade, de R$ 600 para R$ 300. “Temos a obrigação de analisar essa medida provisória agora, porque em dezembro essa medida provisória já vai estar extinta, já vai ter produzido seus efeitos. Nós precisamos resolver esse problema agora”, enfatizou.
O parlamentar apresentou dados da Fundação Getúlio Vargas apontando que o corte do auxílio emergencial significa devolver 11 milhões de pessoas para a pobreza no Brasil, sendo que 23,6% da população volta para a situação de pobreza, e à pobreza extrema a proporção sobe para 5% da população, com quase 6 milhões de pessoas a mais. Em outra pesquisa, o PNAD-IBGE diz que o impacto da epidemia tirou um quarto do rendimento dos trabalhadores do País: 25% da renda dos assalariados foi reduzida devido à pandemia.
Para Zarattini é necessário que o governo mantenha o auxílio emergencial em R$ 600. “Para superar esta crise nós precisamos, evidentemente, manter o auxílio emergencial em R$ 600”, aponta.
“Queremos, até o final do ano, a garantia de R$ 600. Vamos votar a medida provisória nº 1.000. Já passou da hora”, cobrou o deputado paulista.
Lorena Vale
Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados