Em reunião das bancadas do PT na Câmara e no Senado, nesta terça-feira (21), o PT decidiu pelo apoio ao movimento nacional “Fora, Bolsonaro”. O encontro, que teve como objetivo discutir a posição do PT no enfrentamento ao governo Bolsonaro, contou com a participação do ex-presidente Lula, de Fernando Haddad (candidato à Presidência da República em 2018), da presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), e dos líderes das bancadas do PT na Câmara e no Senado, Enio Verri (PR) e Rogério Carvalho (SE), respectivamente. A reunião virtual contou com a ampla participação da bancada de 54 deputados e deputadas federais, além de senadores e membros da direção partidária.
A deputada Gleisi Hoffmann destacou que o PT tem apresentado propostas concretas para que o País volte a gerar emprego e renda. Ela lembrou que o partido já apresentou medidas para proteger empregos e salários. Em contraponto ao governo federal, Gleisi enfatizou que “Bolsonaro já não está mais à altura de governar o País”. Segundo a presidenta, o governo não tem propostas para o Brasil sobreviver agora e, também, no período pós-crise da pandemia do coronavírus. “Bolsonaro não tem tomado medidas para defender a vida do povo brasileiro, portanto, não resta outra alternativa a não ser elevar o tom e dizer: Fora, Bolsonaro”.
Já o líder Enio Verri ressaltou o papel da Bancada do PT na Câmara, que apresentou 26% dos projetos relacionados ao enfrentamento da pandemia, durante as sessões virtuais da Câmara dos Deputados. Verri reforçou que os parlamentares e a bancada petista elaboram projetos de lei voltados à proteção dos trabalhadores, das micro e pequenas empresas, de trabalhadores informais, enfim, de todos que precisam de proteção do Estado.
Enio Verri afirmou que “Bolsonaro é muito pequeno para dirigir o País”. E, segundo Enio, chega-se a duvidar inclusive da “sanidade mental” do presidente da República. Na avaliação do deputado, a bancada do PT entende que Bolsonaro não tem condições de permanecer no cargo que ocupa, “pois seu governo não cuida do povo, levando os brasileiros à miséria, com sérias dificuldades para sobreviver”. O líder Enio Verri conclama que Bolsonaro deixe a Presidência para que o Brasil volte novamente a crescer.
Golpe na democracia
Conforme o deputado José Guimarães (PT-CE), líder da Minoria na Câmara Federal, a primeira questão a se destacar é o alto grau de unidade política na maior crise que o Brasil já viveu. “Estamos conseguindo ter muita unidade para ajudar a população a se manter viva por conta da crise do coronavírus. Esta crise sanitária não é só provocada pela Covid-19, mas também pela ineficiência, pelo desastre econômico da dupla Bolsonaro-Guedes”, lembrou o deputado.
De acordo com José Guimarães, em tempos de crise, é preciso um Estado forte, que ofereça segurança às pessoas, “e não esse desastre que Bolsonaro está patrocinando. Esta crise que o Brasil está vivendo é econômica, social e política. O presidente não tem condições nem de gerir a saúde pública. E Bolsonaro ainda tem a coragem de ir às ruas defender a ditadura e o AI-5. O Brasil não se esquece desse passado tenebroso. Ditadura nunca mais!”, desabafou.
Para o líder da Minoria, é necessária a formação de uma frente ampla para garantir o Estado Democrático de Direito. “Não podemos aceitar um presidente que governa ao arrepio da Constituição e das leis”, disse, ao conclamar: “Por isso, nós temos que unir todas as correntes que defendem a manutenção da democracia.”
“E nós, no Congresso, afirma Guimarães, já pactuamos: não votaremos nada que retire direitos dos trabalhadores. O Estado tem que ser forte para proteger as famílias mais vulneráveis nesse momento. E mobilizar o País de forma remota pedindo o Fora, Bolsonaro!”.
Para o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), líder da Minoria no Congresso Nacional, Bolsonaro não tem mais condições de governar o País. O parlamentar lembra que o PT e a Oposição têm lutado muito para aprovar medidas no Congresso Nacional, as quais ajudam o povo brasileiro nesse período de pandemia.
O deputado lembrou que o governo queria pagar apenas 200 reais de abono às famílias em situação vulnerável. “Fomos nós, do PT, da Oposição, que conseguimos que fossem aprovados os 600 reais”, explicou o líder da Minoria. Ele ainda observou que o Congresso aprovou medidas de apoio a estados e municípios, além de outros recursos a fim de que o governo possa garantir a sobrevivência do povo brasileiro durante a quarentena.
No entanto, Zarattini observou que Bolsonaro cria grandes dificuldades ao tentar destruir tudo aquilo que é aprovado em prol da população. “Ele só coloca ódio e confronto em tudo. Bolsonaro quer aplicar um golpe de direita, quer impedir a democracia em nosso País”, denunciou.
Para o ex-presidente do PT, deputado Rui Falcão (SP), ficou claro após manifestações de Bolsonaro no último final de semana, que ele não tem condições de combater o coronavírus. Ao contrário, ele sabota todas as medidas destinadas a combater a pandemia. Segundo Rui, Bolsonaro “não libera recursos para empresas, não paga aquilo que foi conquistado pelos trabalhadores, no Parlamento, como a renda básica emergencial, e ainda se recusa a emitir dinheiro para que os empregos sejam mantidos”, criticou. Conforme o deputado federal, é preciso abrir caminho para novas eleições livres e diretas no País. “Fora, Bolsonaro, Mourão e suas políticas”, afirmou o petista.
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) avaliou como altamente positiva a reunião das bancadas do PT. Ela considera inadiável o fim do governo Bolsonaro. “Esse político [Bolsonaro] que está muito aquém da envergadura do cargo que ocupa, pois mostra uma profunda incompetência e crueldade ao lidar com a população brasileira, em um momento em que as pessoas temem pela saúde, pela renda e pelo futuro. E a posição sintetizada do PT será revelada pelo ex-presidente Lula, que é a de “brandir a bandeira do Fora, Bolsonaro”, adiantou Margarida Salomão.
Segundo o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), “Bolsonaro é o maior inimigo do seu próprio Governo”. Para Carvalho, Jair Bolsonaro perdeu todas as condições de governar o País. “Bolsonaro atenta contra a saúde pública, atenta contra a democracia e contra o povo brasileiro”. E o líder ainda afirma que “diante da incapacidade de Bolsonaro em defender a vida, nossa economia, nossos empregos e o Brasil, decidimos subir o tom. Fora Bolsonaro significa defender a vida, a democracia, a renda, os empregos. Fora, Bolsonaro significa defender um País livre e democrático, defender as liberdades individuais, defender todas as conquistas de todo o povo brasileiro”, resumiu o senador Rogério Carvalho, líder do PT no Senado.
Veja o vídeo com as entrevistas na íntegra:
https://www.facebook.com/ptnacamara/videos/1136311256786754/
Carlos Leite com Assessorias