No dia 20 de novembro é celebrado o dia Nacional da Consciência Negra. No entanto, a pedido do líder da Bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), a Câmara dos Deputados realizou sessão solene para homenagear a data de Zumbi dos Palmares nesta terça-feira (19), e denunciar as atrocidades praticadas pelo governo Bolsonaro e seus apoiadores, que perseguem e discriminam a população negra.
“Sempre quando comemoramos esta data, lembramos de um feito de Zumbi dos Palmares, que juntou os brancos pobres, os indígenas, os negros e criou uma sociedade igualitária, uma sociedade na qual só tinha um partido, era o partido contra a escravidão”, relembrou a deputada Benedita da Silva (PT-RJ).
Benedita denunciou que ainda hoje, após séculos, tal como Zumbi dos Palmares, o Brasil tem negros escravizados, tratados como coisa; população negra, pobre, crianças e jovens sendo assassinados. “Tal como Zumbi, mas tal como Zumbi nós, a comunidade negra e todos os democratas, estamos lutando contra esta escravidão institucional que se instalou neste País”.
O Dia Nacional da Consciência Negra foi instituído oficialmente pela Lei 12.519/11, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, com o objetivo de homenagear Zumbi dos Palmares que se tornou símbolo pela luta contra a escravidão no Brasil. Zumbi foi assassinado em 1695 em uma emboscada feita pelas tropas coloniais brasileiras.
O deputado Valmir Assunção (PT-BA) defende que o dia 20 de novembro vire feriado nacional. “Nós temos uma luta no Congresso Nacional para aprovar o dia 20 de novembro como feriado nacional. Já tem muitos feriados, mas não tem nenhum para a população negra, achamos que é fundamental a visibilidade da luta do nosso povo, a luta da nossa população”.
Estudos que retratem a realidade
O deputado Vicentinho (PT-SP) comentou sobre o Projeto de Lei (PL 7720/2010), de sua autoria, que modifica o Estatuto da Igualdade Racial para incluir o quesito cor/raça em instrumentos de coleta de dados referentes a trabalho e emprego e para dispor sobre a realização de pesquisa censitária que verifique o percentual de trabalhadores negros no setor público. “É preciso ter o retrato completo da realidade do nosso povo negro, para desenvolver ações”.
Escravidão
Para a deputada Erika Kokay (PT-DF) o Brasil não fez luto pela escravidão. “Este Brasil não fez o luto dos seus períodos traumáticos, não fez o luto pela escravidão. Há um extermínio da juventude negra neste País que precisa ser reconhecido para que possa ser enfrentado”, denunciou a deputada.
Já Maria do Rosário (PT-RS) fez questão de pedir perdão por toda a violência que o povo negro viveu e ainda vive no País. “Nós temos que pedir perdão encarecidamente por toda violência sofrida pelo povo negro no Brasil. Precisava dizer isso, sendo uma mulher branca não me sinto confortável com um Brasil racista. Parece que o racismo não é apenas naturalizado neste País, ele é institucionalizado. Quero pedir perdão em meu nome, pela escravidão, pelo racismo e pela violência, perdão”, finalizou.
Veja o vídeo da sessão na íntegra:
Lorena Vale