Deputados da Bancada do PT na Câmara participaram de ato em frente à Embaixada da Argélia, em Brasília, na tarde desta quarta-feira (25) em favor da liberdade da argelina Louisa Hanoune. O líder do partido na Câmara, Paulo Pimenta (PT-RS) e o deputado Vicentinho (PT-SP) enviaram um pedido para serem recebidos pelo embaixador da Argélia no Brasil, Djamel-Eddine Omar Bennaoum, mas não obtiveram resposta da embaixada.
Paulo Pimenta se comprometeu a denunciar as arbitrariedades cometidas pelo governo da Argélia. “Nós vamos denunciar na tribuna da Câmara dos Deputados – e em todos os espaços que nós tivermos -, esta violência contra a democracia que está sendo cometida na Argélia contra a Louisa e a outros líderes políticos que hoje estão presos naquele país”.
O ato foi organizado por movimento sociais, centrais sindicais e parlamentares. Durante o ato, o deputado Paulo Pimenta tentou, novamente, ser recebido pelo embaixador para entregar uma carta assinada por diversas autoridades, mas não conseguiu entrar.
Louisa Hanoune foi a primeira mulher a se candidatar à presidência da Argélia pelo Partido dos Trabalhadores. Hanoune foi presa, sem provas, em maio de 2019 por determinação do Tribunal Militar de Blida. Ela foi acusada de “complô contra o regime” apenas por se manifestar contra o atual regime político do país. Louisa buscava soluções para os problemas políticos, econômicos, sociais e culturais da Argélia.
Para o deputado Vicentinho é “inimaginável que a Argélia esteja em uma situação em que uma liderança como a da nossa companheira Louisa esteja presa porque pensa diferente, ferindo todos os estatutos dos direitos humanos e das relações internacionais”.
Em um processo que durou menos de quatro meses, Louisa Hanoune foi condenada a 15 anos de prisão nesta quarta-feira (25).
Semelhança com o Brasil
Os deputados compararam a prisão de Louisa com a do ex-presidente Lula. Para eles, os dois são presos políticos e foram condenados injustamente.
“Os direitos humanos são direitos universais. Nós temos um preso político no Brasil: Luiz Inácio Lula da Silva foi preso sem crime e sem provas. E temos uma presa política na Argélia. Esta prisão é fruto da criminalização sem qualquer tipo de enredo, da liberdade de expressão e de organização naquele país. A liberdade de Louisa não diz respeito apenas ao povo da Argélia, mas a todos e a todas que se indignam com qualquer injustiça”, afirmou a deputada Erika Kokay.
Lorena Vale
Foto: Lula Marques