Cooperativas solidárias defendem nova legislação para o setor

A Sociedade Cooperativista foi tema de audiência pública na Comissão de Legislativa Participativa (CLP) nessa terça-feira (18). De acordo com o deputado Leonardo Monteiro (PT-MG), é fundamental a discussão do projeto de lei (PL 519/2015) que pretende revisar a legislação pertinente às cooperativas, modernizando, adequando e reconhecendo o cooperativismo solidário como estratégia de desenvolvimento para o País, além de reconhecer a pluralidade da diversidade cooperativista brasileira.

Apesar da crise econômica, o deputado Monteiro disse que o cooperativismo teve um aumento significativo, e que este é o momento de investimento e ampliação, pois “é preciso que os governos criem um ambiente propício para que as cooperativas prosperem e cresçam” afirmou.

Para o deputado Nilto Tatto (PT-SP), autor do requerimento, a aprovação do PL (519/2015) muda a política do cooperativismo, pois “hoje, ela é ditada pelo agronegócio e por seus setores que não reconhecem a importância da solidariedade e generosidade daquilo que é mais tradicional da agricultura”.

O deputado petista Celio Moura (TO) se comprometeu, junto com a bancada, a lutar pela aprovação do PL. “Estamos juntos nessa caminhada, vamos articular com todos aqueles que querem o bem deste País”, destacou.

Em 2017, o número de pessoas beneficiadas direta ou indiretamente pelo cooperativismo chegou a cerca de 51,6 milhões, gerando 372 mil empregos. De acordo com o IBGE, 48% de tudo que é produzido no campo passa, em algum momento, por uma cooperativa. Vale destacar também que a ascensão desse setor beneficia agricultores que passam a adquirir um maior poder de negociação e a competir com grandes empresas. Segundo estimativa das Nações Unidas (ONU), uma em cada seis pessoas é membro ou cliente de uma cooperativa.

Unisol

O presidente da Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol), Leonardo Penafiel, deu como exemplo de agentes ambientais os carroceiros, que se organizaram em associações e cooperativas para transformar o que chamam de “lixo” em materiais recicláveis, gerando renda e postos de trabalho em bairros de alta vulnerabilidade social.

Economia Solidária

O cooperativismo solidário tem como lógica e estratégia a transformação do modelo de desenvolvimento, gerando empregos na agricultura familiar, aumento da produção orgânica e produção agroecológico; e da diminuição do uso de agrotóxicos, incluindo a pluralidade no campo da representação política e social.

As cooperativas são organizações construídas por membros de determinados grupos econômicos e sociais. A principal característica dessas organizações é a ajuda mútua, entre pessoas com as mesmas dificuldades unindo-as em prol de melhores condições sociais e econômicas, sem visar o lucro.

Lorena Vale

Foto: Gabriel Paiva

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