Em artigo, o líder da Bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), destaca os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, comemorados no dia 10 de dezembro. O parlamentar lembra que uma onda ultraconservadora ronda a humanidade, baseada em mentiras e perseguições a lideranças progressistas e aos movimentos sociais. No Brasil, a Rede Globo capitaneou a força-tarefa para prender Lula e tentar extinguir o PT. O líder conclama: “No Brasil, em particular, devemos intensificar a mobilização e o grito pela libertação de Lula. E temos a obrigação, ademais, de reforçar a resistência e a luta nas ruas e em todos os espaços de comunicação digitais”. Pimenta alerta que por mais que tentem banir a esquerda do cenário político, jamais conseguirão, pois “a história e a luta não começaram em 2002 e muito menos acabaram em 2018. Vamos demonstrar isso a cada dia e a cada ciclo histórico!”.
Leia a íntegra do artigo:
Direitos Humanos: mais fundamentais do que nunca!
Desde a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 10 de dezembro de 1948, nunca os valores e princípios que estão contidos neste documento foram tão relevantes para a humanidade quanto nesta primeira quadra do século XXI.
O Brasil e vários países do mundo, especialmente na América Latina, têm sido alvo de uma onda política ultraconservadora. O modus operandi básico dessa onda é baseado em dois eixos. Por um lado, a disseminação em escala industrial de mentiras contra a esquerda. De outro, agentes públicos são usados para perseguir judicialmente líderes progressistas e movimentos sociais. A consequência desse método é a contaminação da esfera pública de debates com ódio, intolerância e toda sorte de preconceitos.
A constituição desse ambiente “tóxico” para os ideais humanistas, agravado pela crise econômica global, tem permitido diversas vitórias eleitorais de projetos de extrema-direita que foram erigidos praticamente da noite para o dia e de cima para baixo, conduzidos por figuras populistas alinhadas a setores profundamente reacionários.
No Brasil, este cenário emergiu graças à contribuição decisiva da força-tarefa da Operação Lava Jato e da grande mídia, sobretudo dos veículos das organizações Globo. O Partido dos Trabalhadores foi apontado, ao longo de anos e de maneira sistemática e cotidiana, como o maior inimigo da nação e o grande responsável por todos os problemas e tragédias que aconteciam no País.
A tentativa de excluir o ex-presidente Lula da vida política foi a consequência lógica e desde o início era também o grande objetivo do golpe orquestrado por Eduardo Cunha, Michel Temer, o PSDB e os demais partidos que promoveram o impeachment sem crime de responsabilidade da presidenta Dilma Rousseff.
Em todo esse período de ascensão dos setores ultraconservadores, o ataque aos direitos humanos, tanto nos seus fundamentos teóricos quanto nas lutas da sociedade organizada, foi uma diretriz ideológica permanente que serviu para aumentar a carga de ódio e intolerância de parte da população.
A saída para superarmos esse momento adverso é reafirmar ainda mais a validade e a importância dos direitos humanos, dos direitos sociais consagrados na Constituição Federal, dos direitos trabalhistas e de todos os valores que permitiram o desenvolvimento sócio-econômico-cultural da humanidade nos últimos dois séculos e meio, desde as revoluções iluministas.
No Brasil, em particular, devemos intensificar a mobilização e o grito pela libertação de Lula. E temos a obrigação, ademais, de reforçar a resistência e a luta nas ruas e em todos os espaços de comunicação digitais. É nossa tarefa denunciar as falcatruas, os desmandos autoritários e as articulações espúrias e entreguistas para favorecer a agenda ultraneoliberal do governo Bolsonaro, que nada mais é do que a continuação aprofundada do governo golpista de Michel Temer.
Enganam-se aqueles que pensam que podem extinguir a esquerda. A história e a luta não começaram em 2002 e muito menos acabaram em 2018. Vamos demonstrar isso a cada dia e a cada ciclo histórico!
Deputado Paulo Pimenta (PT-RS)
Líder do PT na Câmara