Neste dia 5 de maio comemoramos o 156º aniversário de Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon. Nascido no distrito de Mimoso, em Santo Antônio de Leverger no ano de 1865, Marechal Rondon é um dos mato-grossenses mais ilustres, cuja memória e legado merecem todas as honras e ensinamentos.
Após o falecimento de seus pais, Cândido Mariano e Claudina Lucas Evangelista, o menino Cândido Mariano da Silva, com 08 anos de idade, foi levado para Cuiabá por um tio paterno, o capitão da Guarda Nacional, Manuel Rodrigues da Silva Rondon.
Na Capital da então província de Mato Grosso, Cândido estudou na Escola Mestre Cruz em 1873 e no ano seguinte na Escola Pública Professor João de Albuquerque. Em 1879 entrou para o Liceu Cuiabano e em 1881 formou-se professor.
Com 16 anos, o jovem Cândido Mariano muda-se para a então Capital do Brasil, Rio de Janeiro, para estudar na Escola Militar e com autorização do Ministério da Guerra acrescenta o sobrenome Rondon, em homenagem ao tio que o criou. Em 1888, Rondon ingressa na Escola Superior de Guerra, onde da início a sua consagrada carreira militar.
Por determinação do Comando Superior do Exército, Rondon retornou para Cuiabá em 1890 para iniciar a instalação da linha telegráfica, que facilitaria as comunicações entre a Capital do País e a Capital da Província mato-grossense. Ao longo de 27 anos, Rondon realizou diversas expedições pelas matas e florestas do centro norte do País, onde abriu estradas e caminhos para a instalação de 2.270km de linhas telegráficas.
Além de Mato Grosso, Goiás, Amazonas, Pará, Território do Guaporé (Rondônia) e o Acre, recém anexado da Bolívia, receberam a infraestrutura telegráfica levada pela expedição Rondon.
Os principais aliados e trabalhadores ombro a ombro de Cândido Rondon, ao longo de todo seu trabalho, foram os povos indígenas, principalmente os Bororos, que abriam as picadas para passagem das linhas. Foi no contato com os índios Nambikwara, donos das terras entre Mato Grosso e o Território do Guaporé, que Rondon cunhou sua famosa expressão: Morrer, se preciso for, matar nunca. Isso porque os Nambikwara eram conhecidos como antropófagos.
Por sua relação de amizade com os povos indígenas do Oeste brasileiro, Cândido Rondon chefiou aquela que foi a primeira instituição da República Brasileira voltada para os indígenas, o Serviço de Proteção ao Índio, criado pelo presidente Nilo Peçanha em 1910.
Cândido Mariano ganha fama internacional, em 1913, quando lidera a expedição Rondon-Roosevelt. O então coronel Rondon e o ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, iniciaram a expedição no rio Apa, em Mato Grosso prosseguindo até Belém do Pará. O ex-presidente norte-americano recolheu exemplares da fauna brasileira, par o museu de História Natural de Nova York e Rondon definiu o traçado do então denominado rio da Dúvida, rebatizando-o como Roosevelt.
Em 1934, o já general Cândido Rondon foi nomeado para a Comissão Mista da Liga das Nações (atual ONU), para dirimir o conflito entre o Peru e a Colômbia pela posse da região de Letícia.
Ao lado dos irmãos Vilas Boas, Rondon idealizou a criação do Parque Nacional do Xingu. O Projeto foi aprovado no Congresso Nacional em 1952.
O título de Marechal, Rondon recebeu da Câmara dos Deputados em 1955. Em sua homenagem, em 1956, o Território do Guaporé passa a denominar-se Rondônia. Há um município do Paraná que se chama Cândido Rondon. O nome da cidade mato-grossense de Rondonópolis também é sua homenagem.
Casado com Francisca Xavier, com quem teve seis filhas e um filho, Marechal Rondon faleceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de janeiro de 1958. Seu corpo foi sepultado com honras de chefe de Estado no cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo na zona sul carioca.
Em Mimoso, há Memorial em sua homenagem. A única Escola da comunidade foi construída e inaugurada pelo próprio Rondon em 1948 e tem o nome de Santa Claudina, em homenagem a sua mãe. A unidade de ensino fica no local da antiga casa onde o Marechal nasceu.
O sonho de seus familiares que ainda residem em Mimoso é pela restauração do Memorial e para que os restos mortais do ilustre conterrâneo seja traslado do Rio de Janeiro ao Memorial, para que seja visitado por turistas do Estado do Brasil e do Mundo.
O traslado depende do consentimento da família de Rondon que reside na capital carioca. Entretanto, a restauração do Memorial se faz urgente. Como deputada federal somarei na luta por essa restauração, para que além da reestruturação física, o espaço abrigue as memórias e os acervos de Rondon. Para que Mimoso seja um ponto de visitação dos amantes da história e para que nossas crianças e jovens não percam a memória do Patrono das Comunicações (mais um título recebido por Rondon. Aliás, o dia de seu nascimento foi designado como Dia Nacional das Comunicações).
Professora Rosa Neide é deputada federal (PT-MT)