O deputado Zeca do PT (PT-MS) defendeu, nesta quarta-feira (23), na Comissão de Agricultura da Câmara , a criação da “CPI do Genocídio Indígena” em Mato Grosso do Sul. Segundo o deputado, a proposta foi sugerida aos deputados estaduais da bancada do Partido dos Trabalhadores, após mais um ataque a comunidades tradicionais no Estado.
“Na semana passada mais uma liderança indígena foi baleada, agora no município de Iguatemi. Eu me reuni com nossos deputados e propus que eles apresentassem a criação da CPI do Genocídio praticado pela pistolagem. Porque estão contratando pistoleiros a rodo para atacar aqueles, que legitimamente lutam por sua terras tradicionais, os indígenas”, afirmou Zeca do PT.
A deputada Tereza Cristina (PSB-MS), que integra a bancada ruralista, chegou a insinuar que o deputado Zeca estaria querendo colocar mais” lenha na fogueira” dos conflitos entre indígenas e produtores rurais, o que foi negado pelo parlamentar.
“A Assembleia tem legítima competência para discutir e encaminhar o que investigar. O Cimi não está se negando a ser investigado, se é para investigá-lo, então, também quero que se investigue a contratação de pistoleiros, que estão barbarizando a vida daqueles que lutam pelas suas terras legítimas”, finalizou o parlamentar petista.
Na terça-feira (22) a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul aprovou o ato número 06/15, que cria oficialmente a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Nas últimas semanas foram registrados quatro ataques de pistoleiros contra retomadas indígenas: em Pyelito Kue/Mbarakay, localizada no município de Iguatemi (MS), em Potrero Guasu, município de Paranhos (MS), em Ñanderu Marangatu, em Antônio João e Guyra Kamby’i, na região de Dourados.
Assessoria Parlamentar
Foto: Gustavo Bezerra
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