O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) defendeu nesta quarta-feira (11), um pente fino nos contratos do governo Bolsonaro com empresários acusados de financiar e incitar atos terroristas e o golpe de estado no país. “Se os empresários terroristas, golpistas, criminosos estivessem financiando os atos com seus recursos próprios, isso já seria um crime gravíssimo”, disse o parlamentar. Segundo ele, informações, notícias, fatos e provas que começam a aparecer mostram que a situação é muito pior do que isso. “Esses empresários ao longo dos últimos anos firmaram grandes contratos com o governo federal. Um único empresário já identificado recebeu R$ 24 milhões em contratos com o governo federal”, afirmou Zeca Dirceu.
O parlamentar refere-se especificamente à Jamildo Bomfim de Jesus, preso no Distrito Federal nesta terça-feira (10). O portal Brasil de Fato identificou 37 contratos de empresa ligada a Bomfim de Jesus com o governo federal em valores mencionados pelo deputado petista. “Isso é uma vergonha é inaceitável. Nós vamos buscar o rigor da lei para que todos sejam identificados e punidos da forma mais ampla possível, dentro daquilo que a legislação brasileira e que o estado de direito permite no nosso país”, defendeu.
“Quem puder encaminhar fotos, vídeos, documentos, informações que ajudem a identificar esses empresários que financiaram a tentativa de golpe, a tentativa de derrubada dos três poderes do país, faça isso imediatamente no canal criado pelo Ministério da Justiça no e-mail disponível”, completa o deputado.
Outra sugestão do deputado Zeca Dirceu é denunciar os empresários e incitações golpistas através de boletins de ocorrência online no site das polícias civis dos estados. “Exijam das autoridades que cada denúncia tenha consequência, tenha andamento, tenha providência”, orientou.
Identificados
O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse à imprensa que as investigações conseguiram identificar os primeiros financiadores dos atos terroristas no Distrito Federal. Os financiadores identificados até agora são todos de grupos que compõem a base de apoio do ex-presidente.
Esses empresários, segundo Dino, são dos setores do agronegócio, comércio e dos grupos de colecionadores de armas, atiradores desportivos e caçadores e concentrados nos estados do sul e centro-oeste. De acordo com o ministro, os próximos passos envolvem indenização pelos danos provocados, abertura de ação penal e descoberta de outros financiadores.
Assessoria Parlamentar