Zarattini: Déficit fiscal histórico mostra o fracasso da política econômica de Temer e Meirelles

O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), acusou hoje (25) o governo Michel Temer de arrombar as contas públicas do País, evidenciando claramente o fracasso da política econômica. “Há um ano, o presidente e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, prometiam com estrondo rigor fiscal, austeridade nos gastos, controle da contas públicas e dinheiro suficiente para empresários e consumidores. Nada disso ocorreu, muito pelo contrário: conseguiram a proeza de agravar a crise e criar o maior déficit público da história do País”, disse o líder, em artigo.

Para o líder do PT, “com a economia estagnada, e com o aumento dos gastos do governo para manter seu apoio no Congresso, a situação fiscal vai continuar dramática e sem perspectiva de melhora expressiva”. Ele lembra que o déficit de 2017, inicialmente estimado em R$ 139 bilhões, passará para R$ 159 bilhões; e o de 2018 saltará de R$ 129 bilhões para os mesmos R$ 159 bilhões.

“O curioso é que Temer e seus apoiadores assumiram o governo por um golpe parlamentar acusando a presidenta Dilma Rousseff de descontrole das contas. Mas o atual ocupante do Palácio do Planalto é quem, em pouco mais de um ano, levou o Brasil para o descalabro fiscal. Antes do golpe, o governo Dilma previa déficit de R$ 124 bilhões em 2016 e de R$ 58 bilhões em 2017”.

O líder observa que o grave é que esse déficit recorde não foi gerado com a preocupação de aumentar investimentos, gerar créditos e manter empregos, medida absolutamente imprescindível uma vez que o País permanece submerso na maior recessão de sua história. “Ocorre o oposto: justamente quando os investimentos são mais do que necessários, em vez de aumentar, eles têm caído”.

Leia abaixo a íntegra do artigo:

“A farsa da meta fiscal de Temer: o maior déficit da história do Brasil

As contas públicas do Brasil, a cada dia que passa, vão para o espaço e mostram claramente o fracasso da política econômica do governo Michel Temer. Há um ano, o presidente e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, prometiam com estrondo rigor fiscal, austeridade nos gastos, controle da contas públicas e dinheiro suficiente para empresários e consumidores. Nada disso ocorreu, muito pelo contrário: conseguiram a proeza de agravar a crise e criar o maior déficit público da história do País.

A realidade dos números é totalmente oposta ao discurso falacioso do governo, que aprofunda a crise ao destruir direitos sociais e trabalhistas do povo e ao insistir com uma política econômica ortodoxa que só beneficia segmentos privilegiados da sociedade, o sistema financeiro e grupos estrangeiros.

O déficit de 2017, inicialmente estimado em R$ 139 bilhões, passará para R$ 159 bilhões; e o de 2018 saltará de R$ 129 bilhões para os mesmos R$ 159 bilhões. O curioso é que Temer e seus apoiadores assumiram o governo por um golpe parlamentar acusando a presidenta Dilma Rousseff de descontrole das contas. Mas o atual ocupante do Palácio do Planalto é quem, em pouco mais de um ano, levou o Brasil para o descalabro fiscal. Antes do golpe, o governo Dilma previa déficit de R$ 124 bilhões em 2016 e de R$ 58 bilhões em 2017.

O pior é que a meta fiscal de 2017 turbinada por Temer e Meirelles dificilmente será atingida porque, passada mais da metade do ano, a situação das contas públicas é extremamente negativa. Em junho, o déficit do governo acumulado em 12 meses já superava R$ 180 bilhões, um recorde histórico.

Sabotagem- O grave é que esse déficit recorde não foi gerado com a preocupação de aumentar investimentos, gerar créditos e manter empregos, medida absolutamente imprescindível uma vez que o País permanece submerso na maior recessão de sua história. Ocorre o oposto: justamente quando os investimentos são mais do que necessários, em vez de aumentar, eles têm caído.

Até junho, no acumulado nos últimos doze meses, os investimentos públicos alcançaram R$ 56 bilhões, o menor patamar desde 2009. Em 2015, no mesmo período, Dilma, já alvo da sabotagem golpista, tinha investido R$ 77 bilhões.

Ortodoxia – Que fique claro, a principal explicação para o aumento do déficit do governo é a forte queda da receita tributária provocada pela estagnação da economia, que se aprofunda a cada dia com a política recessiva adotada por Temer e Meirelles. É um círculo vicioso: o aprofundamento dos cortes orçamentários que afetam especialmente os investimentos, mas também as transferências às famílias, contribui para manter a demanda das empresas deprimida e impede qualquer retomada dos investimentos privados.

A ortodoxia do governo — junto com sua fixação na entrega de patrimônio público a preço de banana, sob a pretexto de diminuir o déficit fiscal — já foi testada em outros países, até no Brasil de FHC, entre 1995 e 2002. O resultado foi um grandioso fracasso. Até o Fundo Monetário Internacional já constatou que a ortodoxia não leva a resultados práticos positivos. A permanecer com esta cartilha neoliberal, o Brasil pode ir para o caos econômico e social.

O principal projeto do atual governo é não cair. Haja déficit público. A compra de apoio no Congresso e de empresários que apoiaram a chegada de Temer ao Planalto tem custado bilhões aos Tesouro. Só com o perdão de dívidas junto ao fisco, o atual governo já abriu mão de R$ 225,44 bilhões. Com a economia estagnada, e com o aumento dos gastos do governo para manter seu apoio no Congresso, a situação fiscal vai continuar dramática e sem perspectiva de melhora expressiva.”

Artigo publicado originalmente no Blog do Noblat em 25 de agosto de 2017

PT na Câmara

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