Zarattini defende apuração das denúncias de desnacionalização da produção da Embraer

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Para discutir as denúncias de desnacionalização e transferência de linhas de produção da Embraer para o exterior, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) promoveu nesta semana, em Brasília, reuniões com representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região e da Embraer. Os encontros reservados e separados buscaram entender o cenário denunciado pelo Sindicato que, se confirmado, poderá gerar fechamento de postos de trabalho e queda das exportações do setor aeroespacial.

A Embraer é hoje a maior fabricante de aviões do País, a terceira maior do mundo e sétima maior empresa exportadora, sendo líder entre as exportadoras de produtos de alta tecnologia. Além disso, é uma das empresas que mais empregam no Brasil neste setor. Mesmo com esses resultados e conquistas, a Embraer realiza atualmente, segundo denúncia do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, gradativamente a desnacionalização da produção de aeronaves, direcionando a produção da empresa para o exterior. Diante disso, postos de trabalho estão sendo reduzidos de forma continua e gradual nas fábricas.

Deputados integrantes da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (Credn), inclusive a presidente do colegiado, deputada Jô Moraes (PCdoB/MG), participaram do encontro. As reuniões fechadas foram motivadas após apresentação de requerimento pelos deputados Carlos Zarattini, Heráclito Fortes (PSB-PI) e Vicente Cândido (PT-SP), solicitando audiência pública no âmbito da comissão.

Zarattini avaliou que as denúncias do Sindicato são graves e colocam em risco o emprego de milhares de trabalhadores, tanto em suas unidades espalhadas pelo Brasil quanto na cadeia produtiva do setor aeroespacial. “É importante que os parlamentares debatam no Congresso esse cenário e busquem saídas para a manutenção dos postos de trabalho, crescimento e desenvolvimento dessa importante empresa brasileira e da indústria nacional. Precisamos discutir como gerar e manter empregos na elaboração dos projetos estratégicos da Defesa Nacional”, defendeu.

O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Herbert Claros da Silva, pediu apoio do Congresso no sentido de cobrar e fiscalizar a Embraer para aumentar o conteúdo nacional da cadeia produtiva. Segundo ele, o setor aeronáutico demitiu muito nos últimos anos. O sindicalista enfatizou que são recursos do governo federal, do BNDES e do Ministério da Defesa que financiam as atividades da empresa. “Então, é preciso barrar essa política de transferência da produção para o exterior e assim garantir empregos nas empresas do setor. A Embraer não pode receber ajuda financeira do governo, isenções fiscais e gerar empregos no exterior às custas de demissões de trabalhadores qualificados aqui do Brasil”, ponderou.

O vice-presidente de Relações Institucionais da Embraer, Nelson Salgado, apresentou o trabalho desenvolvido pela empresa em prol do fortalecimento da indústria e valorização dos trabalhadores. Contestou as acusações e destacou que a empresa nos últimos anos criou postos de trabalho e receitas para o País. “A contribuição da Embraer para a Balança Comercial foi de mais de US$ 16 bilhões, nos últimos 10 anos. Empregamos 19 mil pessoas, sendo 17 mil no Brasil. Isso representa 90% dos trabalhadores da empresa estão empregados no País”, destacou.

Transferência de produção – Segundo o Sindicato, um exemplo da desnacionalização é que a Embraer confirmou a transferência da produção dos aviões Phenom 100 e Phenom 300 para os Estados Unidos, em 2016. E do jato Legacy para a planta da Embraer na Flórida, Estados Unidos. A fabricação do Legacy, que será realizada na matriz da Embraer em São José dos Campos, representa diretamente a contratação de 800 trabalhadores.

Nesse processo, a Embraer é acusada de transferir a produção de quase totalidade da sua aviação executiva para os Estados Unidos. Hoje possui duas fábricas em Melbourne que, até 2016, vão concentrar toda a aviação executiva. Segundo pesquisas em 2013, as unidades da Embraer localizadas no exterior obtiveram crescimento 26% e 6% de no Brasil.

De acordo com os sindicalistas, a Embraer atua levando a produção de peças e aeronaves para fora do Brasil ao promover a abertura de unidade em outros países como nas cidades de Évora (Portugal), e Jacksonville e Melbourn, nos Estados Unidos.

Assessoria Parlamentar

Foto: Richard Silva

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