Em entrevista ao programa Fala MDS, o ministro detalhou os impactos do governo Lula no Brasil sem Fome, que já tirou 24 milhões de pessoas da insegurança alimentar
O ministro do Desenvolvimento Social e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, apresentou um panorama positivo sobre os resultados do combate à fome e à pobreza, impulsionados pelo Plano Brasil Sem Fome do governo Lula. Em entrevista ao programa Fala MDS desta quarta-feira (2), o ministro detalhou as iniciativas de combate à insegurança alimentar no país.
O Brasil, uma das maiores potências agrícolas do mundo, enfrentou um cenário de consideráveis retrocessos no governo de Bolsonaro, que deixou mais de 33 milhões de pessoas vítimas de insegurança alimentar severa e colocou o Brasil de volta ao Mapa da Fome.
Com Lula na presidência, o Observatório Brasileiro das Desigualdades confirmou uma redução de 40% na taxa de extrema pobreza em 2023, marcando o início de uma nova fase no enfrentamento da fome.
Para Wellington Dias, é apenas o começo. “Nós estamos no rumo certo”, disse o ministro, destacando a criação de uma rede de apoio integrada entre diversos ministérios e ações para combater as desigualdades sociais e econômicas, particularmente no Norte e Nordeste do Brasil, como regiões mais afetadas.
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Menos fome e mais dignidade
Em 2023, o governo Lula conseguiu tirar 24,4 milhões de pessoas da insegurança alimentar severa no Brasil, um resultado repercutido em âmbito internacional.
“Foi o melhor resultado do planeta em um ano”, disse o ministro. Ele ressaltou que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) destacou o avanço durante o G20. Segundo o ministro, o país registrou uma redução para 8,7 milhões de pessoas em extrema pobreza, o menor índice já registrado na história recente do país, e o Plano Brasil Sem Fome foi responsável por essa transformação.
Dias enfatizou a importância de iniciativas como o novo Bolsa Família, que voltou a incluir o complemento alimentar e reajustes importantes na alimentação escolar, garantindo alimentação saudável para crianças na idade escolar.
Além disso, programas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foram revitalizados, garantindo a compra de produtos da agricultura familiar e sua distribuição local, proporcionando não só o combate à fome, mas também fortalecendo a economia local e a autonomia de pequenos agricultores.
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Desafios
Embora os resultados sejam expressivos, Wellington Dias admite que há um longo caminho. “Ainda temos 8,7 milhões de pessoas em extrema pobreza, mas estamos avançando. Nossa meta é retirar o Brasil novamente do mapa da fome até 2026”, disse o ministro.
A estratégia do governo Lula envolve a atuação direta em áreas mais afetadas pela pobreza e fome, como as regiões Norte e Nordeste, e em populações mais vulneráveis, como mulheres negras, que sofreram uma redução de 45,2% na extrema pobreza, segundo o relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades.
O trabalho do MDS também se baseia na busca ativa de pessoas em situação de fome, indo de porta em porta, nas áreas rurais e urbanas, para identificar e apoiar diretamente as famílias em situação de vulnerabilidade extrema.
“Estamos chegando a todos os cantos, garantindo que quem está passando fome seja levado a um centro de referência da assistência social e inserido no cadastro único”, destacou Dias.
Integração entre ministérios
O sucesso do Brasil Sem Fome, segundo Wellington Dias, se deve à articulação entre ministérios do governo Lula. Ele destacou a colaboração com o Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad, e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), sob a liderança de Paulo Teixeira, como exemplos de como as políticas públicas estão sendo integradas para alcançar a redução da pobreza.
“É um trabalho em equipe, com educação, saúde, agricultura e desenvolvimento social participado em conjunto para garantir o acesso à renda, à alimentação saudável e às oportunidades de crescimento econômico”, disse.
Dias ressaltou ainda que o aumento do salário mínimo e a recuperação do poder de compra das famílias brasileiras foram fundamentais para o crescimento econômico e a diminuição da desigualdade social.
“A renda dos 5% mais pobres cresceu 38%, enquanto a média nacional foi de 11,5%. Isso mostra que as políticas estão beneficiando diretamente os mais necessitados”, afirmou o ministro, celebrando o impacto positivo das políticas redistributivas do governo.
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Brasil Sem Fome
Com mais de 80 ações em andamento e 100 metas condicionais até 2026, o Brasil Sem Fome é um projeto do governo Lula que visa retirar o país, pela segunda vez, do mapa da fome .
Em 2014, o Brasil havia sido removido da lista, mas o agravamento das desigualdades e o retrocesso no governo bolsonarista e a pandemia de Covid-19 trouxeram de volta a insegurança alimentar para milhões de brasileiros e brasileiras.
Dias acredita que a experiência adquirida pelo presidente Lula durante seu primeiro mandato será fundamental para alcançar novamente essa conquista.
“O mesmo presidente que tirou o Brasil do mapa da fome em 2014 vai fazer isso novamente, agora com um tempo bem mais curto e com uma base mais sólida”, afirmou o ministro.
Ele destacou que, com a implementação de políticas de apoio à agricultura familiar e a promoção de uma alimentação saudável, o Brasil não está apenas combatendo a fome, mas também promovendo uma transformação social.
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Metas
Em 2024, o governo federal pretende reduzir ainda mais os índices de pobreza e fome. A meta é chegar a menos de 2,5% da população em insegurança alimentar severa, um dos critérios estabelecidos pela FAO para que um país seja considerado fora do mapa da fome.
“Estamos comprometidos em alcançar essa meta e celebrar, como se fosse um ‘7 a 1’ a nosso favor, a saída definitiva do Brasil desse cenário de insegurança alimentar. É um trabalho difícil, mas muito gratificante. Cada pessoa que sai da pobreza representa uma vitória para o Brasil”.
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