Wadih questiona atuação política da PF e critica delegado que pediu investigação de Lula

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Em pronunciamento na tribuna da Câmara, nesta terça-feira (15), o deputado Wadih Damous (PT-RJ) se disse preocupado com “segmentos da Polícia Federal que passam a se comportar como polícia política” e criticou duramente o pedido de um delegado da PF ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o ex-presidente Lula seja investigado.

“Reconhecendo não ter qualquer prova, não ter indícios, baseando-se na presunção, não dele, na presunção de delatores premiados, o delegado resolve pedir ao Supremo Tribunal Federal investigação contra o ex-presidente Lula. Isso é um verdadeiro absurdo!”, protestou Damous.

O parlamentar considera que o delegado – Josélio Sousa, da força-tarefa da Operação Lava Jato – não possui as condições mínimas necessárias para cumprir a sua função. “Se eu fosse adotar o mesmo procedimento do delegado e me equiparar moralmente a ele, eu diria que esse delegado é militante de algum partido de oposição. Mas eu não vou fazer isso. Eu não faço afirmações peremptórias com base em ilações, com base em achismos”, comparou o deputado.

“Não vou me equiparar a ele, dizendo que ele tem carteirinha assinada em algum partido de oposição, vou dizer que ele não tem condições funcionais de ser delegado da Polícia Federal. Deveria ser imediatamente afastado do seu cargo porque não tem conhecimento jurídico e técnico mínimo para exercer uma função tão importante”, completou Damous.

“Um delegado deve apurar provas no inquérito. Deve abrir investigação quando há provas e indícios veementes. Quando não há, ele tem que arquivar esse inquérito”, citou.

Além da crítica direta ao delegado, Wadih Damous manifestou preocupação com o desvirtuamento do trabalho da Polícia Federal. “Fico muito preocupado quando determinados segmentos da Polícia Federal passam a se comportar não como polícia, não como órgão de Estado, mas como polícia política, e isso é atentatório ao Estado democrático de direito”, disse.

A busca pelos “holofotes” por parte de autoridades, em nome do suposto combate à criminalidade e à corrupção, também foi alvo das críticas do petista, que considera as práticas desta natureza “atentados à ordem jurídica” e “desrespeitos aos direitos e garantias fundamentais” dos indivíduos e da sociedade como um todo. “Um delegado da Polícia Federal sai da sua obscuridade para ganhar os holofotes, como, aliás, está virando moda, está virando um anseio de determinadas autoridades, de juízes e membros do Ministério Público, na busca da celebridade, dos seus 15 segundos de glória, e isso às custas até de perseguir a maior liderança popular desse País, aquele que, malgrado todo o massacre midiático que vem sofrendo nos últimos tempos, continua sendo considerado o melhor presidente da história desse País”, afirmou Damous.

Medo – Wadih Damous lembrou ainda o real motivo que explica a perseguição permanente ao ex-presidente. “O que move determinado tipo de atitude, de comportamento, é o medo das urnas, é o medo da volta do ex-presidente Lula, é o medo de enfrentá-lo no embate democrático, direto, do banho de democracia que as urnas dão”, apontou o parlamentar, que vai recomendar ao ex-presidente Lula que denuncie o delegado à corregedoria da Polícia Federal.

Rogério Tomaz Jr.
Foto: Salu Parente/PT na Câmara

 

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