O novo líder da Minoria na Câmara, deputado Alencar Santana Braga (PT-SP), afirmou durante discurso no plenário da Câmara, na noite de ontem (22), que sua principal missão no cargo será a atuação na trincheira da resistência aos retrocessos sociais, econômicos e civilizatórios propostos pelo governo Bolsonaro. O parlamentar ressaltou ainda que o resultado dessa luta será a derrota de Bolsonaro nas eleições de outubro e o advento de um novo governo que vai atender as necessidades da maioria do povo.
Após agradecer a Bancada do PT e aos demais partidos de Oposição (PSB, PDT, PCdoB, PSOL, Rede) pela indicação do seu nome, o parlamentar criticou a falta de ação do governo Bolsonaro para tentar conter a crise social existente no País.
“Essa política que aí está é a política da exclusão, do desemprego de um povo sofrido que está com dificuldade de comprar arroz e feijão, de pagar a conta de luz, de comprar gás, de levar leite para dentro de casa, de pagar a condução do ônibus, porque o desemprego é grande. Sofrem os desocupados, os desalentados”, lamentou.
O deputado petista também lembrou que a incompetência e o negacionismo do atual governo em relação à pandemia, também foi responsável pelas mais de 645 mil mortes de brasileiros e brasileiras pela Covid-19.
“Mesmo diante de uma crise extraordinária, uma crise grande, um caos absoluto na área da saúde, o que fez neste período para preservar vidas, para garantir atendimento com política pública, e não através das leis aprovadas somente por este Parlamento? Qual foi o plano inicial do governo? Zero, nenhum! Qual é o plano atual na área da saúde para superar o que nós vivemos e ainda estamos vivendo? Literalmente nada! Não é à toa que o Brasil é um dos países que infelizmente têm mais mortes pela Covid no mundo”, criticou.
Em relação à educação, Alencar Santana ressaltou que o governo Bolsonaro nada fez para garantir o acesso à internet para a educação virtual de crianças durante a pandemia, e tampouco para recuperar o atraso daquelas que não tiveram acesso à tecnologia.
“Nós temos crianças e jovens sofrendo nesse período da pandemia, porque foi uma inovação a educação virtual. O que o governo faz para recuperarmos esse atraso? Também nada, literalmente nada”, observou.
Pauta do governo Bolsonaro
O líder da Minoria disse ainda que, enquanto Bolsonaro promove esses retrocessos, o governo apresentou a agenda de projetos prioritários no legislativo que em nada beneficia o povo brasileiro. Como exemplo, o petista citou a proposta que flexibiliza ainda mais a aquisição de armas.
“O presidente impõe uma pauta publicada no Diário Oficial. Qual daqueles projetos, de fato, dialoga com a mudança dessa realidade social? Nenhum! Este presidente não se importa com a violência que está matando muita gente por arma de fogo, o que ele acha que é brinquedo. Ele incentiva o uso de arma de fogo. Ele apresentou projetos de lei, baixando decretos inconstitucionais, incentivando e flexibilizando o uso, a posse e o porte de arma. E o que nós temos visto? Mais violência. Não é à toa que o número de mulheres vítimas de feminicídio ou de outras violências no País cresceu”, apontou Alencar Santana Braga.
Para o parlamentar, outro ponto de preocupação são os ataques de Bolsonaro à soberania do País, como no caso da proposta de privatização da Eletrobras.
“A nossa soberania está indo para o brejo. O presidente, que se dizia militar, entrega o patrimônio público. Cadê a soberania, não há nenhuma! Olhe o que querem fazer com a Eletrobras, com preço (de venda) menor do que vale ainda. Lá na frente, se privatizada, vai aumentar ainda a conta do povo brasileiro”, advertiu.
Resistir para mudar
Apesar de todos os retrocessos propostos pelo governo Bolsonaro, o novo líder da Minoria afirmou que existe um “espírito de mudança no País”.
“Então, é com esse espírito que todos os partidos novamente vão resistir, novamente vão fazer o contraponto. Esta liderança, através do diálogo com todo mundo, resistirá e estará aqui na trincheira. Podem ter certeza de que, no mês de outubro, no dia 2/10, nós daremos o recado. Vamos dar um basta a este governo! Vamos mudar novamente, trazendo o País ao povo mais pobre, que mais necessita!”, finalizou.
Héber Carvalho