A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), usou a tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (17), para mais uma vez lamentar a volta da fome ao Brasil por irresponsabilidade do governo Bolsonaro, que vem acabando com as políticas públicas de inclusão social. Ela destacou que hoje o governo federal começou a pagar o Auxílio Brasil, programa criado para substituir o Bolsa Família. “Acabaram com o Bolsa Família, um programa de 18 anos, estruturadíssimo, que foi um dos responsáveis para tirar milhões de pessoas da miséria. Mas como Bolsonaro tem interesse eleitoral, fez um programa dele. Só que o programa do Bolsonaro jogará mais gente na miséria”, denunciou.
Os dados, segundo a presidenta do PT, são estarrecedores. Ela citou alguns números do governo, do VIS Data, que fala sobre quem recebia auxílio emergencial, e do Ministério do Desenvolvimento Social, que fala quem vai receber o Auxílio Brasil neste mês de novembro.
“Os senhores sabem que hoje milhões estão nas filas, em frente às agências da Caixa Econômica, em frente as prefeituras para saberem o que vai acontecer com o auxílio. Pois é. E essas pessoas terão uma profunda decepção. Mais do que isso, a dor da fome”, lamentou Gleisi Hoffmann.
A deputada disse que dos 39 milhões 355 mil pessoas que recebiam o auxílio emergencial, apenas 14 milhões 506 mil pessoas receberão o Auxílio Brasil. “É isso mesmo. Vinte e cinco milhões de pessoas não receberão auxílio nenhum do governo este mês, apesar de estarem em situação de miséria, de não terem como comprar comida decente para sustentar as suas famílias. Eu pergunto: como essas pessoas vão fazer? O que essas pessoas vão fazer sem ter dinheiro, sem ter os R$ 300 para comprar comida?”, indagou.
São 25 milhões de pessoas, repetiu a deputada, ao acrescentar que os 14 milhões e 506 mil pessoas que irão receber, não receberão os R$ 300, nem os R$ 400 anunciados por Bolsonaro. Receberão em média R$ 200. “E eu pergunto para os senhores, a fome espera? Quantos de vocês conseguem ficar 3 ou 4 dias sem comer, ou comendo o mínimo? A fome não espera, a fome dói, a fome humilha. E é isso que esse governo de quinta categoria está fazendo com o Brasil: desestruturou um programa e cortou um auxílio emergencial”, frisou.
Gleisi Hoffmann citou ainda que no seu estado, o Paraná, 1 milhão e 800 mil pessoas recebiam auxílio emergencial até outubro. Agora, este mês, apenas 400 mil pessoas receberão o Auxílio Brasil, o auxílio do Bolsonaro. E receberão cerca de R$ 200. “Isso é inconsequência, irresponsabilidade, maldade, é de gente que não em caráter”, afirmou.
“E onde está Bolsonaro?”, indagou a presidenta do PT. “No Catar, passeando de motocicleta. Estava ontem, não me lembro em qual país do Oriente Médio, tirando fotografias do quarto luxuoso, que custa R$ 46 mil a diária”, criticou.
Gleisi ainda rebateu a informação de Bolsonaro de que foi o rei que pagou a viagem dele. “Mas não foi o rei que pagou a viagem dele. Não foi o rei que pagou o séquito de gente que ele levou junto, que não tem nada a ver com a viagem que ele fez. O que ele está fazendo lá? Por que ele não responde à fome deste País? Enquanto isso, o seu povo, Bolsonaro, come osso, come pé de galinha, passa fome”, protestou a deputada ao reforçar que quer saber o que ele vai fazer para 25 milhões de pessoas que não receberão o auxílio.
Vânia Rodrigues