O deputado Vicentinho (PT-SP) fez um convite, da tribuna da Câmara, nesta terça-feira (24) para que os deputados e deputadas assinem requerimento para a criação da Frente Parlamentar em Defesa dos Trabalhadores da Economia Informal. “Será um colegiado em defesa dos vendedores ambulantes que vendem o que puder vender, são trabalhadores de aplicativos, são outros trabalhadores que não têm carteira assinada e, portanto, não têm sindicato, não têm cláusulas sociais, não têm férias, não têm aviso prévio, não têm fundo de garantia, não têm absolutamente nada”, argumentou.
O parlamentar, que já presidiu a Central Única dos Trabalhadores, denunciou ainda que o emprego gerado com carteira assinada hoje é um emprego precário “graças a essa maldita ‘deforma’ trabalhista. Portanto, o povo está ficando mais pobre”.
Vicentinho relatou a sua participação, nesta segunda-feira (23), no seminário internacional “Desafios e Caminhos da Luta Internacional dos Trabalhadores da Economia Informal”, evento protagonizado pela StreetNet International e União Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Camelôs, Feirantes e Ambulantes do Brasil (Unicab).
Ele relatou que o evento ocorreu na Rua Araújo, no Centro de São Paulo. “Nós passamos ali pelo Centro da cidade e vimos uma quantidade de pessoas morando nas ruas, até profissionais, homens e mulheres, famílias inteiras. Não é possível que ninguém se compadeça com a situação de sofrimento que está ocorrendo no País”, desabafou.
Vicentinho ainda indagou: “Que política o governo tem feito para gerar emprego? Nenhuma! E para aumentar salário?”. O parlamentar disse que hoje também participou de um debate sobre o arrocho salarial para os servidores públicos. “Se você apenas retira direitos do nosso povo, reduz salários e poder de compra, você vai causar desemprego, porque o povo comprará menos. As lojas venderão menos, e o povo é quem pagará por isso”, enfatizou.
Produção nacional
Na avaliação do deputado, é preciso urgentemente tomar medidas efetivas para a valorização da produção nacional, em defesa da soberania nacional e da produção da terra. “Não é o agronegócio — que já está muito bem, obrigado, e gera riqueza para o mundo para ganhar dinheiro com exportações —, mas é a produção da agricultura familiar, que alimenta 70% do nosso povo”, afirmou. Ele acrescentou que o Brasil está com fome. “O povo brasileiro está sofrendo! As doenças aumentam, e é preciso solidariedade! Não podemos ter um presidente sem compaixão!”.
Vânia Rodrigues
