Vicente Cândido alerta oposição para retrocesso democrático em caso de impeachment

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O deputado Vicente Cândido (PT-SP) usou a tribuna da Câmara nesta sexta-feira (18) para alertar os parlamentares da oposição que defendem o golpe em curso contra a presidenta Dilma Rousseff, de que a tentativa de derrubá-la do poder e de criminalizar o Partido dos Trabalhadores é “tiro no pé” dos próprios golpistas e que, se vier a ocorrer, fatalmente irá fragilizar a democracia brasileira. Ele criticou ainda a fragilidade dos argumentos que embasam o processo de impeachment em curso na Câmara, e ainda defendeu a nomeação do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil.

“O pior dos mundos para um País é a negação da política, e (com ela) não haverá saída para qualquer crise, seja moral, política ou econômica se não for pela via politica, pelo fortalecimento dos partidos e a credibilidade dos seus dirigentes. A oposição aqui deve colocar a mão na consciência e trabalhar com responsabilidade, porque isso pode ser o famoso ‘tiro no pé’, e depois não adiantará reclamar”, observou.

O deputado desqualificou ainda os argumentos de parlamentares de oposição, que justificam a derrubada da presidenta Dilma baseado em manifestações de rua contrárias a ela. O parlamentar petista destacou a legitimidade do mandato da presidenta, conquistado nas urnas.

“Queremos alertar, mais uma vez, o clamor da rua e da mídia não pode suplantar as urnas e as eleições, nem mesmo com a comoção social criada pela mídia nessa semana, com vazamentos ilícitos de diálogos privados agredindo o estado democrático de direito e a constituição. A grande mídia quer induzir o povo brasileiro a pensar que estamos cometendo agressão e ilegalidades. Até um editorial de um jornal de circulação nacional, que fala cotidianamente contra o PT, diz que a ação de Sérgio Moro não condiz com a de juiz do Estado brasileiro”, apontou.

O parlamentar se referiu ao editorial publicado hoje (18) no jornal Folha de são Paulo, que acusa o juiz Sérgio Moro de ter se deixado levar por um “cálculo político incompatível com o cargo” ao divulgar os grampos entre Lula e Dilma. O editorial diz ainda que juízes não podem “dar de ombros para as leis” e que Moro “talvez contaminado pela popularidade adquirida” possa ter sido estimulado a assumir um “protagonismo perigoso”.

Lula- Em resposta ao líder do PPS, Rubens Bueno (PPS), que antes havia acusado o ex-presidente Lula de ter tentado fugir da justiça ao aceitar o cargo de ministro da Casa Civil, Cândido rebateu dizendo que Lula só aceitou a nomeação após muita pressão, e que o suposto foro privilegiado historicamente não é favorável a dirigentes petistas.

“Quero dizer ao orador Rubens Bueno que a vinda do ex-presidente Lula para o governo foi um pedido do PT, dos movimentos populares, e de membros de outros partidos da base do governo que imploraram (o retorno) a ele e a presidenta Dilma Rousseff para ajudar o governo”, explicou o petista.

O parlamentar disse ainda que o argumento da oposição de que ele estaria obstruindo a justiça “era o que mais o desmotivava a voltar”. Vicente Cândido também relatou que o ex-presidente não tem medo da justiça, “mesmo sabendo que o foro privilegiado é desprivilegiado”.
“Principalmente em cima do PT, que condenou sem provas companheiros do partido. Então, qual é a diferença ser julgado por Moro ou pelo STF?”, indagou.

Héber Carvalho

Foto: Gustavo Bezerra
Mais fotos: www.flickr.com/photos/ptnacamara

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