O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) em discurso na tribuna da Câmara neste sábado (16) disse que o Brasil vai reafirmar a democracia neste domingo (17) derrotando o golpe comandado pela dobradinha Cunha-Temer. “Vamos evitar que mais uma vez a Constituição brasileira seja rasgada, que a democracia seja jogada no lixo por um grupo de parlamentares derrotados na eleição, que se uniram a Eduardo Cunha em troca da salvação do seu mandato para dar um golpe neste País”, disse.
Pimenta chamou a atenção para o fato de o Brasil está protagonizando uma situação observada “de maneira perplexa” pela imprensa internacional. Essa perplexidade – detalhou o petista – deve-se à incongruência de o principal juiz desse processo ser, nada mais nada menos, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“Trata-se de um político que já deveria ter sido afastado há muito tempo, um político que não reúne condições morais, éticas e jurídicas de estar à frente deste Parlamento, menos ainda de presidir um processo dessa gravidade. Dilma Rousseff está sendo julgada em um processo que tem como juiz principal Eduardo Cunha!”, indignou-se Paulo Pimenta.
O parlamentar chamou a atenção dos outros deputados presentes à sessão para a falta de limites dessa aventura golpista que pretende não só afastar Dilma, mas transformar Temer em presidente e Eduardo Cunha em vice. “Não sei se vossas excelências se deram conta, mas, pela proposta golpista, Cunha passará a ser o primeiro na linha sucessória. A cada vez que Temer tiver que se afastar do País, Cunha será o presidente da República, eleito pelo voto de 300 parlamentares que achavam que poderiam usurpar o direito de mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras que elegeram a presidenta Dilma”, detalhou.
Pimenta criticou ainda a postura do vice-presidente Michel Temer, que neste sábado pela manhã publicou quatro twitters anunciando medidas ao País. Para o deputado, a atitude do vice superou seu intuito conspirador. “Temer, o Breve, o que foi sem nunca ter sido, anunciou ao Brasil hoje medidas como se presidente da República já o fosse”, afirmou.
Como contraponto ao golpismo, o deputado gaúcho pontuou as mudanças que os governos Lula e Dilma promoveram na vida de milhões de brasileiros, especialmente na vida dos filhos de trabalhadores e trabalhadoras, que, pela primeira vez em 500 anos, tiveram a chance de serem enxergados pelo Estado brasileiro como cidadãos.
“É por isso que nós estamos aqui. Uma bancada aguerrida e corajosa – não só o PT, mas o PCdoB, o PSol e outros partidos. Estão aqui, não para defender o governo, mas, muito mais do que isso, para defender a democracia diante deste momento delicado da história do nosso Brasil”, reforçou.
PT na Câmara
Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados